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PM diz que bandeiras neonazistas foram estopim de tensão em ato na Paulista

Do UOL, em São Paulo

31/05/2020 16h39Atualizada em 31/05/2020 19h25

Em entrevista à CNN, o secretário-executivo da Polícia Militar de São Paulo, coronel Álvaro Batista Camilo, afirmou que pessoas que portavam bandeiras de cunho neonazista foram o estopim do tumulto nas manifestações que aconteceram hoje na Avenida Paulista, em São Paulo.

O secretário-executivo não especificou de qual lado dos atos estavam essas bandeiras. A avenida se dividiu entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e opositores, em ato organizado por torcidas organizadas de futebol pela democracia.

"A polícia filma tudo, estamos filmando isso também, vamos passar para a Justiça e o Ministério Público para que se apure. Provavelmente, [o estopim] seja o pessoal ligado ao neonazismo, que acabaram começando, levando a esse tumulto", disse Camilo.

Representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB viram excesso da PM, mas, segundo o governador João Doria, o objetivo foi manter a integridade dos manifestantes.

A Polícia Militar utilizou a Tropa de Choque e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes contrários a Bolsonaro. O ato favorável ao presidente prosseguiu, com faixas pedindo o impeachment do governador paulista, João Doria (PSDB), e chamando-o de "genocida".

Camilo afirmou que a PM não defende nenhum dos lados e atuou para evitar que as partes entrassem em confronto. Disse que um dos lados estava mais agressivo e outro menos, mas, quando questionado, respondeu que não conseguia identificar qual dos dois.

Antes, em entrevista à Globo News, o secretário-executivo afirmou que a PM agiu para "garantir a ordem" e que dispersou a manifestação após pedras serem jogadas contra os policiais. "Pessoas começam a jogar pedra contra polícia. Polícia não vai agir primeiramente, não vai confrontar sem necessidade, está lá para garantir ordem", afirmou. Segundo ele, as imagens dos confrontos serão analisadas para determinar os responsáveis.

Doria: manter integridade dos manifestantes

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), disse que a PM agiu para manter a integridade física de manifestantes "dos dois lados" e evitou "prováveis vítimas deste embate".

"A Policia Militar de São Paulo agiu hoje para manter a integridade física dos manifestantes, na Avenida Paulista. Dos dois lados. A presença da PM evitou o confronto e as prováveis vítimas deste embate. Todos têm direito de se manifestar, mas ninguém tem direito de agredir", escreveu o tucano em uma rede social.