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Vice-líder do governo no Senado defende vagas ao centrão, mas faz ressalva

Senador Izalci Lucas defende que Bolsonaro entregue cargos para o centrão - Reprodução Facebook / Divulgação
Senador Izalci Lucas defende que Bolsonaro entregue cargos para o centrão Imagem: Reprodução Facebook / Divulgação

Do UOL, em São Paulo*

04/06/2020 10h51Atualizada em 04/06/2020 11h14

O vice-líder do governo no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF), disse ser favorável à entrega de vagas do governo federal ao centrão como forma de garantir uma base no Congresso Nacional. Porém, ele faz uma ressalva. Em entrevista ao jornal O Globo, o senador explicou que é preciso que se leve em conta o histórico de cada indicado aos cargos.

"Se o presidente diz que quer uma pessoa técnica, se entre dois técnicos, um foi oposição e outro ajudou o governo, óbvio que tem que optar por quem ajudou. No Congresso Nacional, para aprovar reformas, tem que ter uma base. Se você consegue entregar cargos sem prejudicar o serviço nem passar a mão na cabeça de quem cometer desvio, ótimo", disse.

No último mês, o governo federal tem negociado cargos de segundo e terceiro escalões diretamente com o centrão, grupo de partidos que inclui, entre outros, PP, PL, PSD, Republicanos. O bloco é conhecido por trocar apoio por cargos e por ter estado em todos os governos desde Fernando Henrique Cardoso.

Pelo menos 10 cargos já foram entregues ao grupo, entre eles a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Departamento de Obras contra a Seca (Dnocs), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e o Banco do Nordeste.

São trocas feitas com o aval de Bolsonaro para tentar ampliar o apoio, hoje mínimo, do governo no Congresso, especialmente com o risco de mais de três dezenas de pedidos de impeachment hoje na gaveta do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente tem sido cobrado por alguns apoiadores, mas evita falar do assunto.

Ontem, Bolsonaro defendeu sua posição. "Admite um cara na ponta de não sei aonde, o cara é filiado não sei ao quê. O pessoal me critica. Eu sou responsável por 30 mil servidores que são comissionados em todo Brasil. Entrou um cara no Banco do Nordeste agora. Trocou a Suframa. Saiu um coronel e entrou um cara. O general que está na Suframa não é do centrão", disse.

*Com informações da agência Reuters

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.