Autoproclamado príncipe imperial do Brasil diz que não tem racismo no país
Dom Bertrand de Orleans e Bragança, autoproclamado príncipe imperial do Brasil, disse ontem em uma conferência que não existe racismo no país e que algumas pessoas estariam "procurando criar esse problema aqui".
O trineto de Dom Pedro 2º justificou seu ponto de vista invocando a ideia de democracia racial, que por conta da miscigenação, as pessoas teriam direitos iguais.
"O jeitinho brasileiro vem do índio. Nós temos outras qualidades dos índios, como a nossa sacrossanta mania de tomar banho todo dia. E esse calor humano que nós temos vem exatamente da raça negra. Nós formamos com isso um povo fabuloso. Nós fomos somando as qualidades dos vários povos e nós temos um povo que é pacífico e heroico ao mesmo tempo", disse.
Ele ainda destacou a característica de "espírito empreendedor do português" que o brasileiro teria herdado.
Dom Bertrand reforçou que outros países têm problemas raciais "violentos", mas que no Brasil isso não existe. "Eu mesmo, meu irmão mais velho, Dom Luiz, fizemos uma pesquisa de nossos ancestrais e lá pela quarta geração acima, encontrou um negro. Qual o problema?".
"Todo brasileiro tem um pouco de sangue branco, sangue índio e sangue negro", continuou ele. O príncipe se referiu aos povos forçadamente escravizados e trazidos ao Brasil no período colonial e imperial como "os que aqui chegaram".
Em outro momento, Dom Bertrand criticou a China por causa da pandemia de coronavírus, culpando-a pelo vírus. "Nasceu lá e foi de lá que se expandiu. Desde dezembro do ano passado já sabiam que havia um vírus. Portanto, os grandes responsáveis são os chineses".
A transmissão da videoconferência foi feita entre o Ministério das Relações Exteriores com a Fundação Alexandre Gusmão, organizada pelo Palácio do Itamaraty, discutindo cenários do Brasil em meio à pandemia.
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