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Livro contará história da vala clandestina de Perus 30 anos após descoberta

Placa em homenagem às vítimas da ditadura militar enterradas em vala comum no cemitério Dom Bosco, em Perus - Amanda Perobelli/UOL
Placa em homenagem às vítimas da ditadura militar enterradas em vala comum no cemitério Dom Bosco, em Perus Imagem: Amanda Perobelli/UOL

Do UOL, em São Paulo

31/08/2020 14h52

O Instituto Vladimir Herzog lançará amanhã o projeto "Vala de Perus: uma Biografia", livro que contará a história do ossário clandestino construído no Cemitério Dom Bosco, no bairro paulistano de Perus, e que foi o destino de desaparecidos políticos durante o Ditadura Militar.

Um evento online marcará amanhã o lançamento do primeiro capítulo da obra, escrita pelo jornalista Camilo Vannuchi. O dia 4 de setembro de 2020 marcará os 30 anos da descoberta da Vala de Perus.

Nos anos 1970, policiais e militares enterraram ali, com nomes falsos, presos políticos assassinados. Suspeita-se que até 40 deles estivessem na vala — somente cinco deles já foram identificados.

Segundo os organizadores, o livro "Vala de Perus: uma biografia" pretende resgatar e registrar, por meio de pesquisa documental e das memórias de seus protagonistas, os bastidores do episódio.

Os oito capítulos do livro serão publicados semanalmente em formato digital no portal Memórias da Ditadura a partir de 1º de setembro — e serão apresentados ainda este ano em edição especial no formato impresso.

Além das duas versões do livro, também será lançada nos próximos meses uma série de vídeos temáticos sobre a trajetória da Vala de Perus, editados a partir dos depoimentos recolhidos para a construção da obra.

"Esse é um trabalho inédito, pois até hoje não tínhamos uma publicação que contasse os diversos momentos da história da Vala de Perus", afirma Rogério Sottili, diretor executivo do instituto Vladimir Herzog, que ainda fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por sua postura em relação à Ditadura.

"Vivemos infelizmente um momento em que o presidente do nosso país elogia torturadores publicamente e não hesita em fazer apologia ao terror ditatorial. Neste contexto, este livro existe para que as pessoas saibam o regime de morte e terror que foi a ditadura brasileira", disse

Veja a programação da live que será realizada a partir das 18h (de Brasília) de amanhã e terá transmissão pelo Facebook e pelo YouTube do IVH, com retransmissão do Jornalistas Livres.

18h/18h20 - Abertura

Moderação: Lucas Paolo Vilalta, coordenador da área de Memória, Verdade e Justiça (IVH)
Ana Claudia Carletto, Secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC)
Carla Osmo, vice coordenadora do CAAF e professora da Faculdade de Direito da Unifesp
Juliana Cardoso, vereadora da Câmara Municipal de São Paulo
Rogério Sottili, diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog

18h20/18h40 - Apresentação

Moderação: Camilo Vannuchi, jornalista e autor do livro "Vala de Perus: uma biografia"
Caco Barcellos, jornalista (vídeo)
Luiza Erundina, deputada federal pelo Estado de São Paulo (vídeo)
Toninho Eustáquio, ex-administrador do Cemitério Dom Bosco (vídeo)

18h40/19h20 /- Painel 1: 30 anos da abertura da Vala

Moderação: Camilo Vannuchi, jornalista e autor do livro "Vala de Perus: uma biografia"
Amelinha Teles, familiares de mortos e desaparecidos
Iara Xavier, familiares de mortos e desaparecidos
Ivan Seixas, familiares de mortos e desaparecidos
Suzana Lisboa, familiares de mortos e desaparecidos

19h20-20h - Painel 2: Direito à memória e à verdade

Moderação: Camilo Vannuchi, jornalista e autor do livro "Vala de Perus: uma biografia"
Carla Borges, ex-coordenadora de Direito à Memória e à Verdade da SMDHC
Eugênia Gonzaga, procuradora regional da República e ex-presidente da CEMDP
Gilberto Molina, familiares de mortos e desaparecidos
Soraya Smailli, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Tereza Lajolo, relatora da CPI de Perus