Lava Jato: Jamais pratiquei qualquer irregularidade, diz Frederick Wassef
O advogado Frederick Wassef, que já defendeu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e que foi alvo de um mandado de busca e apreensão da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro na manhã de hoje, disse não possuir qualquer ligação com o esquema de fraudes na Fecomercio fluminense.
"Jamais em minha vida pratiquei qualquer irregularidade e nunca fui investigado ou respondi a qualquer processo", disse o advogado por meio de nota.
"O delator Orlando Diniz está deliberadamente mentindo a meu respeito a mando de advogados inescrupulosos que estão usando-o como míssil teleguiado para me atingir visando atender o interesse de um outro cliente em comum", acrescentou.
Mesmo não tendo sido citado na denúncia da Lava Jato, Wassef teve seu escritório envolvido em mandados de busca e apreensão na operação. Segundo o Estadão, Wassef é investigado por lavagem de dinheiro de ao menos R$ 2,6 milhões em recursos desviados da Fecomércio RJ.
De acordo com a reportagem, os recursos foram repassados ao escritório de Wassef por outro escritório de advocacia, que teria recolhido o dinheiro do Senac e Sesc do Rio entre dezembro de 2016 e maio de 2017. As informações foram atribuídas ao MPF (Ministério Público Federal).
Batizada de E$quema S, a operação contou com cooperação do MPF, da PF (Polícia Federal) e da Receita Federal, que cumpriram 50 mandados de busca e apreensão sobre um esquema de fraudes no sistema S e na Fecomercio fluminenses.
A investigação apurou que o esquema movimentou cerca de R$ 355 milhões em contratos feitos com a Fecomércio RJ e pagos pelo sistema S, que inclui o Sesc (Serviço Social do Comércio) e o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), para serviços de advocacia que não teriam sido realizados.
Na operação, Wassef é investigado por corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, organização e falsidade ideológica e/ou documental contra o sistema financeiro nacional.
Também envolvidos na operação, os advogados Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, que defendem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diferentemente de Wassef, foram denunciados pela Lava Jato.
De acordo com o MP, o esquema era liderado por Orlando Santos Diniz, ex-gestor das entidades e que denunciou o esquema em delação premiada. Ele também foi denunciado.
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