TV: MP apura interferência em nomeação e contratação pela Prefeitura do Rio
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) apura conversas que mostrariam interferência política de membros da Prefeitura do Rio na contratação de empresas e nomeação de cargos.
De acordo com reportagem da TV Globo, em uma das conversas, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) pressiona pela publicação no Diário Oficial de autorização para pagamento a uma das empresas investigadas na Operação Hades, que apura um suposto "QG da Propina".
As mensagens que estão sendo investigadas, obtidas pela emissora, mostram conversas entre Crivella, pessoas ligadas a ele e o então chefe da Casa Civil, o vereador Paulo Messina (MDB), que é candidato a prefeitura.
Segundo a TV, Crivella cobra Messina sobre o pagamento de uma das empresas investigadas. Ele foi citado nas investigações da operação, prestou depoimento ao MP como testemunha e apresentou mensagens trocadas no celular com várias pessoas, incluindo Crivella.
'Publica amigo'
De acordo com as investigações, em uma das conversas, no dia 6 de agosto de 2018, Crivella pressiona o secretário para que publique no Diário Oficial a autorização para pagamento da empresa MKTPlus, uma das investigadas.
Crivella: Messina, qual foi o problema com a agência MKT?
Messina: Nenhum, o processo veio para publicação na sexta, mas não havia recursos disponíveis.
Prefeito: Não precisa de recurso. A ideia é captar fora. Coloca valor simbólico.
Secretário: Precisa liberar recurso no orçamento.
Crivella: Publica amigo.
As mensagens, segundo a Globo, também mostram a influência do senador Eduardo Lopes, suplente de Crivella, na prefeitura. Ele também é investigado na ação. Isaias Zavarise, que trabalhou como chefe de gabinete de Crivella até julho de 2019, investigado na operação, também trocou mensagens com Messina.
Outro lado
À TV Globo, Crivella disse que colocou à disposição do Ministério Público, antes da operação, seus sigilos bancário, telefônico e fiscal, por causa de denúncias publicadas em parte da imprensa e que ele refuta denúncias e ilações que estão sendo feitas envolvendo seu nome.
A emissora informou não ter conseguido contato com Eduardo Lopes e Isaias Zavarise. O MP-RJ disse que não iria comentar porque as investigações estão em sigilo.
Já Paulo Messina negou fazer parte de grupo em busca de propina. Questionado sobre o motivo de ter mostrado só agora as mensagens, ele respondeu: "Quando a gente teve acesso, em fevereiro ou março de 2019, a alguma coisa errada eu fui ao Ministério Público e rompi com o governo. Aliás, no plenário da Câmara de 2019 para frente eu estou o tempo todo dizendo que é muito suspeito o pagamento de restos a pagar e está tudo público, tudo denunciado ao longo do ano de 2019."
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