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Mourão cutuca Biden e diz que Bolsonaro 'fala pelo governo' ao apoiar Trump

Colaboração para o UOL

03/11/2020 11h23Atualizada em 03/11/2020 14h28

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) voltou a criticar hoje a política ambiental dos Estados Unidos ao comentar a eleição presidencial norte-americana, que será finalizada hoje. Mourão cutucou o candidato democrata Joe Biden, que já fez críticas ao Brasil por considerar falha a proteção à Amazônia, e disse que antes de falar de outro país, o rival de Donald Trump deveria olhar para seu próprio território.

Mourão é presidente do Conselho Nacional da Amazônia e foi questionado sobre o posicionamento de Biden, que costuma criticar a gestão ambiental do governo brasileiro. Mourão afirmou que o candidato democrata não devia cuidar dos problemas brasileiros.

"Pode ser que a equipe do Biden tenha uma ação mais incisiva. Mas vamos lembrar que os Estados Unidos estão entre os países que mais emitem gás carbônico no mundo. Então, primeiro, eles têm que resolver os problemas deles, para depois vir para o nosso", afirmou Mourão, no Palácio do Planalto.

Durante a campanha, Joe Biden sugeriu que pode destinar US$ 20 bilhões para investimentos na proteção da Amazônia, com algumas condições. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não aprovou a ideia, mas o embaixador do Brasil, Nestor Forster, nos EUA disse que seria uma ajuda bem-vinda.

Apoio de Bolsonaro a Trump

Questionado sobre o apoio público de Bolsonaro a Donald Trump, Mourão, inicialmente, disse que "é só a opinião pessoal dele". Depois, ponderou que, "quando o presidente fala, ele fala por todos, pelo governo".

O vice-presidente disse ainda que o Brasil não deve se posicionar sobre uma possível judicialização das eleições americanas, já que Donald Trump tem falado sobre o risco de fraude na votação.

Nesta terça, Bolsonaro afirmou, em mensagem nas redes sociais, que "há sempre uma forte suspeita da ingerência de outras potências" na eleição nos Estados Unidos.

Ele não fez uma menção clara às suspeitas levantadas por Trump, mas disse que "é inegável que as eleições norte-americanas despertam interesses globais, em especial, por influir na geopolítica e na projeção de poder mundiais".

Boa relação, independentemente do resultado

Por fim, Mourão afirmou que o Brasil deve manter boas relações com qualquer candidato que vencer a disputa.

"O relacionamento do Brasil com os Estados Unidos é um relacionamento de Estado para Estado, independentemente do governo que estiver lá. Óbvio que cada governo tem suas prioridades, suas características pontuais, mas, no conjunto da obra, vamos continuar com as mesmas relações", afirmou o vice-presidente.

Em entrevista ao UOL, o embaixador Nestor Forster também afirmou acreditar que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos não vai mudar. "Não é a convergência ideológica que move as agendas dos países de forma tão direta assim" disse.