Crise no AM e saída da Ford mostram 'falta de projeto' no Brasil, diz Maia
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), citou o colapso na saúde do Amazonas e o fechamento das fábricas da Ford ao criticar o que chamou de falta de projeto e planejamento no Brasil. Maia disse ver despreparo do governo federal, a quem atribuiu a responsabilidade pela atual "desorganização", e pediu pelo fim dos conflitos políticos.
"Um país como o Brasil não ter oxigênio em Manaus, estar tendo que buscar oxigênio na Venezuela? Um país como o nosso ser pego de surpresa com o fechamento das fábricas da Ford? A minha impressão é de que o governo não tem projeto, não tem planejamento", disse o deputado em entrevista ao "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes.
Maia também criticou uma fala de Jair Bolsonaro (sem partido), entrevistado um pouco antes, de que o STF (Supremo Tribunal Federal) "tirou a responsabilidade" do presidente ao dar autonomia para que estados e municípios definam e imponham medidas de enfrentamento à covid-19. Para o presidente da Câmara, não foi isso que aconteceu, "de forma nenhuma".
"Veja a desorganização do SUS [Sistema Único de Saúde], que é coordenado pelo governo federal junto com governadores e prefeitos, no caso de Manaus. (...) A gente deve deixar claro: é responsabilidade, sim, do governo federal a coordenação do SUS. É responsabilidade do governo federal organizar a questão da vacinação, que foi negada durante muito tempo por parte do entorno do presidente", listou.
A gente não tem que ficar criticando governador, debochando das pessoas. Ninguém aqui está disputando eleição. A gente está vendo que o número de mortes no Brasil está aumentando, que essa segunda onda veio mais pesada, mais gente morrendo, e o que a gente quer são soluções. Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o colapso no Amazonas
Ainda sobre a vacina, o deputado disse ver "certo descaso" do governo federal no processo, voltando a criticar Bolsonaro. Ele mencionou a falta de acordo com a Pfizer, cujo imunizante já está sendo distribuído e aplicado em países como Reino Unido e Estados Unidos, e pediu pelo fim dos conflitos.
"Quando ele [Bolsonaro] fala 'ah, são só 2 milhões de vacinas que virão da Índia, [mas] tem 200 milhões de brasileiros'... Mas o grupo de risco não são 200 milhões de brasileiros. Na cidade do Rio, por exemplo, o grupo de risco são 1,5 milhão de cariocas. O que eu estou dizendo é que a gente não pode tratar uma vida com esse desprezo, falar "2 milhões não resolvem nada"... Resolvem", criticou Maia.
Eleições no Legislativo
Pouco depois, o deputado ainda conversou com a Rádio CBN sobre, entre outros temas, a eleição para as presidências da Câmara e do Senado, no próximo dia 1º de fevereiro.
Em nova crítica ao governo federal, ele questionou os ataques de Bolsonaro quanto ao apoio do PT à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado pelo atual presidente, lembrando que o partido também apoia Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato de Bolsonaro à presidência do Senado.
"Quando é para apoiar o candidato do governo, a esquerda serve. Quando é para criar um ambiente de independência na Câmara, de conseguir discutir junto com o governo e a sociedade os projetos de forma mais aberta, aí não pode. Quando o PT e o PDT apoiam Rodrigo Pacheco no Senado, todo mundo aplaude. Eu aplaudo também. O que não dá é tentar criar duas narrativas", disse.
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