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Ciro xinga Bolsonaro, critica Doria e Huck e pede esquerda próxima a centro

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), enquanto votava durante as eleições para prefeitura de Fortaleza (CE) - XANDY RODRIGUES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), enquanto votava durante as eleições para prefeitura de Fortaleza (CE) Imagem: XANDY RODRIGUES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

19/01/2021 23h55

De olho na candidatura das eleições em 2022, Ciro Gomes xingou de "canalha" e "imbecil" o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante entrevista ao programa "República e Democracia", da TVT e retransmitido pelo UOL, na noite de hoje. A entrevista foi conduzida por Tarso Genro, Wilson Ramos Filho e Sandra Bitencourt.

"Por que as pessoas votaram em um imbecil completo, canalha, corrupto, o 'homem da rachadinha', o homem que corrompeu os filhos... por que votaram em um cara com 17 segundos na televisão?", questionou Ciro.

Ciro também disparou críticas contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o apresentador de TV Luciano Huck, e o juiz e ex-ministro Sérgio Moro. Os três são virtuais candidatos às eleições de 2022 e possíveis rivais de Ciro no pleito.

"Quem é antibolsonarista é o Doria. Nós estamos assistindo aí a caricatura. O Doria que é igualzinho, misturou o nome dele com o nome do Bolsonaro [nas eleições para governador em 2018], surfa na onda, não privatizou o Instituto Butantan porque não deixaram. Nunca ouvi a opinião dele sobre reforma previdenciária, assim como Luciano Huck e o Moro. Eles são iguaizinhos", ressaltou.

Esquerda próxima ao centro

O político do PDT disse que a esquerda "não cabe no Brasil" e pediu proximidade com o centro. "Especialmente os que militam nesse campo, do centro à esquerda, nós precisamos rever a nossa inteligência sobre a sociedade brasileira, que mudou profundamente nesses últimos anos (...) O Brasil não cabe na esquerda. Se for, todo mundo vai dizer que é o lulopetismo, e é isso o que o Bolsonaro quer", pontuou.

Em outubro do ano passado, Ciro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontraram numa tarde para discutir uma "união da esquerda" contra Jair Bolsonaro em 2022. Os dois têm uma relação estremecida desde 2018 e já trocaram alfinetadas públicas diversas vezes.

Dias depois do encontro, Ciro disse que ele e Lula tiveram uma "conversa muito franca, muito franca mesmo, lavamos a roupa suja para valer".

Em dezembro, o pedetista afirmou que apresentou uma série de críticas ao petista, incluindo a indicação de Michel Temer (MDB) para o cargo de vice na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Com o impeachment de Dilma, Temer acabou ocupando a Presidência. Segundo Ciro, Lula concordou em parte com as críticas apresentadas por ele —mas não disse quais.