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Após virar réu, Witzel critica decisão: 'processo é meramente político'

Governador do Rio está afastado do cargo desde agosto do ano passado - PILAR OLIVARES
Governador do Rio está afastado do cargo desde agosto do ano passado Imagem: PILAR OLIVARES

Do UOL, em São Paulo

11/02/2021 19h19

O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), se manifestou hoje após se tornar réu por corrupção e lavagem de dinheiro em um suposto esquema de desvios de verbas no combate à covid-19 no estado fluminense. Criticando a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Witzel reduziu o processo contra ele a um ato político.

"Farei minha defesa com a certeza de que serei absolvido. Jamais pratiquei qualquer ato ilícito na minha vida. Este é um processo meramente político contra mim", afirmou Witzel em publicação no Twitter.

Afastado desde agosto do cargo, Witzel alegou que o processo é "duvidoso e recheado de acusações falhas", e por isso causará danos à sua imagem mesmo que ele prove sua inocência.

"Esses processos causam desgastes irreparáveis de imagem. Anos depois, quando são julgados improcedentes e geram absolvição, a imagem do acusado está irremediavelmente prejudicada", disse.

"Este é o caso da denúncia contra mim. Pela minha experiência como magistrado, é desta forma que avalio", completou o governador afastado, que é ex-juiz federal.

Denúncia aceita por unanimidade

Na sessão de hoje, os 14 ministros do STJ foram unânimes ao tornar Witzel réu e aceitar a denúncia feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Além de ser julgado pelos crimes, o governador também terá que permanecer por mais um ano afastado do cargo.

Outra sanção sugerida pela PGR e acatada pelos ministros foi a de não permitir que o governador e a primeira-dama Helena Witzel retornem ao Palácio das Laranjeiras, residência oficial do chefe do governo do Rio.

Além das acusações aceitas pelo STJ, Witzel também sofre um processo de impeachment na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). Uma comissão da Casa que investigou a atuação do governador durante a pandemia apontou que a revogação por Witzel da desqualificação do contrato do Instituto Unir Saúde —que teria como sócio oculto o empresário Mário Peixoto, preso em maio— teria sido criminosa.

Segundo a investigação, Witzel também tem participação em supostos superfaturamentos em compras para combate à pandemia do coronavírus. O documento também afirma que o governador afastado "agiu em defesa de interesses privados".