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Trevisan: Governo atua na destruição, como fez com a vacinação

Colaboração para o UOL

06/03/2021 04h00

A colunista do UOL Maria Carolina Trevisan sintetiza o modo de governar adotado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como a política da destruição. No episódio #75 do Baixo Clero, que teve participação da jornalista Mariana Varella, Trevisan disse que Bolsonaro sabotou a vacinação no Brasil.

O debate, que trouxe a pandemia do novo coronavírus como tema, abordou a falta de combate ao vírus e das ações a fim de atrasar a entrega de imunizantes à população.

"Bolsonaro faz uma política destrutiva. Como tem feito desde o começo do mandato dele, ele fez também com o plano nacional de imunização, foi destruindo um patrimônio que o Brasil já tinha, que poderia estar voando na vacinação e Bolsonaro conseguiu sabotar", afirma Maria Carolina (veja a partir de 51:50 no vídeo acima).

Mariana Varella, editora do portal Drauzio Varella, lembra que há um histórico na saúde do país favorável à vacinação, conforme aconteceu em campanhas anteriores contra outras doenças. "Temos mais capacidade de vacinar do que Estados Unidos e Europa. Precisa ter vacina", diz a jornalista (veja a partir de 16:00 no vídeo acima).

Generais no poder

A presença de militares em importantes cargos de poder e de confiança no governo também gerou debate. Segundo Trevisan, este "é o jeito dele [Bolsonaro] de governar, aprendeu a ser assim". "Como bem disse o ministro Pazuello [da Saúde]: um manda, o outro obedece, não questiona. Não precisa ter outra habilidade. Por isso Bolsonaro prefere militares", define (veja a partir de 34:40 no vídeo acima)

Diogo Schelp, colunista do UOL e titular do Baixo Clero, diz que o presidente se identifica com esse nacional desenvolvimentismo dos militares e, por isso, se alia tão intrinsecamente às Forças Armadas.

Para Schelp, a ação envolve uma garantia eleitoral em caso de "fraude", como Bolsonaro aponta desde a eleição em 2018, em que sustenta ter ganhado ainda no primeiro turno - sem nunca ter apresentado provas.

"Em algum momento, se ele não vencer nas urnas, questionará o resultado, como fez Donald Trump nos Estados Unidos. Bolsonaro espera que, com militares enfronhados na máquina pública, conseguirá um respaldo para que o questionamento seja efetivo e botar para valer", diz o jornalista (veja a partir de 35:25 no vídeo acima).

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