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Marina critica ações da PF contra críticos de Bolsonaro: "Alto lá, capitão"

Ciro Gomes e Marina Silva em debate eleitoral, em 2018 - NACHO DOCE/REUTERS
Ciro Gomes e Marina Silva em debate eleitoral, em 2018 Imagem: NACHO DOCE/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

20/03/2021 23h23

A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva (Rede-AC) divulgou um vídeo em solidariedade a políticos, cientistas e personalidades que foram intimidados e se tornaram alvo da polícia por criticarem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Em solidariedade a todos que já foram ou estão sendo ameaças pelo governo antidemocrático de Jair Bolsonaro, como Larissa Bombardi, Lucas Ferrante, José Augusto Morelli, Felipe Neto e, em especial, pelos acontecimentos de ontem, ao meu amigo Ciro Gomes", publicou Marina em seu perfil no Facebook.

A política — presidenciável em 2010, 2014 e 2018 — gravou um vídeo lendo um poema crítico a Bolsonaro. "Alto lá, capitão! Aqui nesse chão, sem constituição, tu não vais mandar", ela diz.

Ciro Gomes (PDT), ex-ministro e ex-governador do Ceará, virou alvo da Polícia Federal por criticar o presidente Jair Bolsonaro. O pedido de abertura de inquérito foi assinado pelo próprio presidente da República, por meio da Subchefia de Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência, e conduzido pelo ministro da Justiça, André Mendonça.

O próprio Ciro Gomes confirmou que foi avisado da abertura do inquérito há cerca de 10 dias. "Estou pouco me ligando", disse ao jornal O Estado de S. Paulo.

O youtuber Felipe Neto foi alvo de uma investigação por ter se referido ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como "genocida". O inquérito foi aberto pela Polícia Civil do Rio de Janeiro após o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, protocolar uma notícia-crime contra o youtuber. Neto conseguiu uma liminar para interromper a apuração.

José Augusto Morelli é o fiscal do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) que multou Bolsonaro em R$ 10 mil em 2012 por pesca irregular e foi exonerado.

Lucas Ferrante é pesquisador do Inpa (Instituto de Pesquisas da Amazônia) e tem sido alvo de perseguição por denunciar projetos que destruiriam reservas indígenas.