Kakay: 'Próximo passo é investigar se houve crime de Moro e procuradores'
O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, defende uma investigação para saber se Sergio Moro cometeu crimes enquanto julgava réus ligados à Lava Jato. A fala ocorreu no episódio #79 do Baixo Clero.
Para ele, que teve clientes acusados de envolvimento no escândalo de desvios na Petrobras, a análise em que o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou Moro parcial nos processos do ex-presidente Lula deve ter consequências.
"A partir do momento em que o STF diz que houve uma instrumentalização, que fizeram isso politicamente, o próximo passo é fazer uma investigação para ver se houve crime", afirma (ver a partir de 10:45 no vídeo acima).
Contudo, Kakay não classifica o fato como o "fim da linha para Moro", pois é real a possibilidade de a suspeição acarretar em um "processo mais sério de investigação". "Eles têm o direito de buscar o poder? Têm. Mas não instrumentalizando o Ministério Público e o Judiciário", aponta (ver a partir de 12:00 no vídeo acima).
Kakay chama de "tiro de canhão" a decisão do STF ao decidir que Moro foi parcial no processo contra Lula. Também considerou que ele "esbofeteou o Judiciário ao virar ministro de Bolsonaro" —Moro assumiu a pasta da Justiça e Segurança Pública em 2019.
Durante os processos da Lava Jato, o criminalista declarou que "Moro terá um fim melancólico" sobre a parcialidade.
"Esse governo necropolítico que aí está foi eleito por eles [Lava Jato]. Fiquei perplexo: um juiz, que prende o principal opositor, aceita virar ministro. Ele [Moro] esbofeteou o Poder Judiciário", diz Kakay (veja a partir de 7:50 no vídeo acima).
Ainda assim, não torce para ver o ex-juiz na mesma posição que ele colocou os réus sob seu julgamento. "Agora, minha preocupação é defender ao Moro e ao bando dele de Curitiba todos os direitos que eles negaram a todos quando ele era juiz", afirma (assista a partir de 8:40 no vídeo acima).
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