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Homem que atacou Ministério da Justiça era atirador do Exército, diz TV

Carro invade espelho d"agua do Ministério da Justiça, em Brasília - Ranier Bragon/Folhapress
Carro invade espelho d'agua do Ministério da Justiça, em Brasília Imagem: Ranier Bragon/Folhapress

Colaboração para o UOL

12/04/2021 09h01

Luiz Antonio Iurkiewiecz, responsável por um ataque ao Ministério da Justiça em novembro do ano passado, é um atirador registrado no Exército, afirmou a TV Globo.

Na época, ele foi apreendido junto com duas espadas, um arco e sete fechas. Antes, a Polícia de Goiás já tinha apreendido com Luiz uma espingarda calibre 12. Segundo documento obtido pelo Fantástico, ele viajou de Santa Catarina a Brasília com uma arma legalizada e registrada em seu nome no sistema do Exército.

O grupo do qual Luiz faz parte, o de CACs — colecionadores, atiradores desportivos e caçadores — é o principal beneficiado pelos decretos assinados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que visam ampliar e facilitar o acesso a armas de fogo no Brasil.

Estes novos decretos entram em vigor amanhã. Antes deles, os atiradores precisavam de uma autorização do Exército para cada compra de arma, agora, os membros deste grupo podem ter até 60 armas sem pedir autorização especial. Além disso, as novas regras permitem que eles comprem até 2.000 munições por ano para cada arma de uso restrito.

No celular de Luiz Antonio, a Polícia Federal encontrou áudios e vídeos com ameaças a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) postados em grupos de apoio a Bolsonaro. Ainda segundo a investigação, Luiz Antonio Iurkiewiecz queria atacar o STF, mas confundiu os prédios. A PF concluiu que o ataque teve motivação política.

Defesa

Depois de quatro meses preso, Luiz responde em liberdade. A defesa do atirador disse em nota que "não houve qualquer premeditação para o ataque ao STF". "Não foi um ato de conspiração, tampouco um ato motivado por partido ou grupo político", completou a defesa, ainda segundo o Fantástico.

Disputa no Senado

No Senado, há parlamentares a favor e contra essas medidas. Projetos de decreto legislativo questionam os decretos presidenciais, mas a votação deles foi adiada na última quinta. A oposição classifica o adiamento como manobra.