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Governistas da CPI oferecem a convocação de ministros, mas pedem nomes

Senador Omar Aziz, presidente da CPI da Covid no Senado - Edilson Rodrigues/AFP
Senador Omar Aziz, presidente da CPI da Covid no Senado Imagem: Edilson Rodrigues/AFP

Lucas Valença

Colaboração para o UOL, em Brasília

29/04/2021 09h42Atualizada em 29/04/2021 16h18

Em minoria, governistas que compõem a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid planejam negociar com o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), a inclusão de alguns nomes de representantes de estados e municípios no debate da comissão.

Para retirar o foco apenas do Palácio do Planalto, parlamentares ligados ao governo tentam oferecer os votos em favor da convocação do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e de todos os ex-ministros da pasta. Em troca, pedem que o alagoano inclua no plano de trabalho a convocação de nomes pedidos pelo governo.

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), tido como governista, mas que se diz independente, tentará emplacar os requerimentos que solicitam a convocação da subprocuradora-geral Lindôra Araújo e do ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal).

"O legado da CPI está em jogo, mas será contado às próximas gerações", afirmou.

A intenção será levar a integrante do Ministério Público à CPI para que a procuradora possa fazer uma explanação sobre a atuação dos demais entes federados durante a pandemia do novo coronavírus.

No caso do ministro do Supremo, a convocação buscaria a explicação do decano sobre a autonomia concedida pela Corte aos estados para que possam decretar medidas sanitárias necessárias para o enfrentamento da doença.

O vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que esteve no encontro de ontem na casa de Omar Aziz (PSD-AM) a consolidação do Plano de Trabalho, questionou a intenção do governo de negociar na CPI e afirmou que "não há espaço para barganha".

"Não há espaço para a barganha inconstitucional. Volto a lembrar que a Constituição proíbe a investigação de estados e municípios", disse.

Rodrigues sabe que o governo possui minoria e, pelo acordo já construído, os votos para a convocação dos representantes e ex-ministros da Saúde deve ocorrer à revelia do palácio.