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Torres: Se Bolsonaro sai sem máscara, cabe a quem estiver perto se cuidar

É uma covardia misturar a tragédia com política, segundo o ministro da Justiça, Anderson Torres - Reprodução/Facebook
É uma covardia misturar a tragédia com política, segundo o ministro da Justiça, Anderson Torres Imagem: Reprodução/Facebook

Colaboração para o UOL

30/04/2021 11h39Atualizada em 30/04/2021 20h23

O ministro da Justiça, Anderson Torres, defendeu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quanto à sua postura de andar sem máscara e promover aglomerações, em meio à pandemia de covid-19.

"Se o presidente sai sem máscara e se expõe, cabe a quem está ali perto dele se cuidar. É um absurdo o chamarem de genocida", afirmou o ministro, em entrevista à revista Veja.

Sobre a CPI da Covid, Torres diz que até "o mais competente dos gestores do planeta não poderia imaginar o que estava por vir", alegando que o maior problema do Brasil é a gestão pública, em que os programas, projetos e até mesmo os recursos disponíveis não andam na velocidade necessária. "É assim no dia a dia. Imagine isso diante de uma tragédia humanitária", finalizou.

Para ele, o povo brasileiro vai perder se a CPI da Covid for focada em objetivos políticos. "É bom ressaltar que a maioria das ações de combate à pandemia foi executada com recursos federais. Pergunto: a investigação vai se limitar ao governo federal? É preciso seguir o dinheiro", destrinchou. Em seguida, disse que vai requisitar à PF (Polícia Federal) informações sobre todas as operações que investigam corrupção nos estados, algo que está sendo feito desde o início da pandemia.

Segurança pública é prioridade do novo ministro

"Não é possível ter uma média de 3.500 assassinatos por mês no país. Temos que resolver essa questão da segurança pública, e isso não se faz apenas enchendo as ruas de policiais", disse Torres, defendendo que é preciso promover parceria com os estados.

Depois, ao ser questionado sobre se o combate à corrupção deixou de ser prioridade, o ministro da Justiça diz que esta também é e continuará sendo prioridade do governo. "Claro que o combate à corrupção continua sendo prioridade. O que eu quis dizer é que não é a única", afirmou.

O ministro defende que o "cidadão" de bem tenha posse de arma de fogo para se proteger, caracterizando isso como uma política de segurança pública. Também alega que a redução da maioridade penal vem ao encontro de um alinhamento com a evolução da sociedade: "o jovem de hoje tem cada vez mais acesso a oportunidades".

Interferência na PF é mito

"Desde que entrei na Polícia Federal, todo novo ministro troca o diretor-geral da PF por alguém com quem tenha mais afinidade de trabalho. Da mesma forma, o diretor coloca em posto-chave pessoas de confiança dele", disse o ministro, após ser questionado sobre inquérito do ex-ministro Sergio Moro quanto a uma interferência na PF e troca de delegado que acusou o ministro do Meio Ambiente de atrapalhar uma investigação sobre madeireiros.

Anulação de sentenças do ex-presidente Lula é uma situação complicada

"Os fins não justificam os meios. Porém sabemos que os fatos da Lava Jato são verídicos", disse Torres, acrescentando que há poucas dúvidas para ele de que a maioria das pessoas investigadas pela operação era culpada. Para ele, "Moro foi um juiz corajoso e diferenciado".