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Deputado do Podemos agride parlamentar petista em sessão da Câmara; veja

Colaboração para o UOL*

18/05/2021 13h31Atualizada em 18/05/2021 15h15

A comissão especial da Câmara para debater o projeto que autoriza o cultivo da Cannabis para uso medicinal teve uma confusão envolvendo o presidente da Comissão, Paulo Teixeira (PT-SP), e o deputado Diego Garcia (Podemos-PR). Durante a discussão, o deputado do Podemos foi até o presidente da Comissão e o empurrou, causando um bate-boca no plenário.

A discussão teve início quando Garcia fez um requerimento para adiar a discussão, mas foi negado. Teixeira fez uma votação geral para que, quem concordasse, se manifestasse. Como não houve manifestações, ele negou o requerimento. Alguns deputados pediram então uma votação nominal. No entanto, Teixeira negou a votação.

Em seguida, Garcia acusou Teixeira de não cumprir o combinado sobre a votação ser nominal e ameaçou que a sessão não prosseguiria daquela forma.

"Vossa Excelência falou votação nominal de ofício. No início Vossa Excelência falou votação nominal de ofício. E foi aprovado requerimento. Se não essa reunião não vai continuar.", ameaçou Garcia se direcionando a Paulo Teixeira, o que gerou um bate-boca no plenário.

Em meio a uma discussão exaltada, Teixeira tentou retomar a sessão, mas foi surpreendido pela ação do deputado do Podemos, que se levantou, foi até a mesa do presidente e o empurrou.

A ação gerou um tumulto no plenário, com deputados levantando-se para afastar a confusão. Durante a confusão, Paulo Teixeira afirmou que foi agredido com "um murro no peito".

Esse deputado chegou aqui na frente e me deu um murro no peito. Me deu um tapa no meu peito. Eu vou pedir o filme. Eu vou pedir o filme. Você me empurrou. Não faça isso. Eu não dei direito a você.
Deputado Paulo Teixeira, durante sessão de comissão especial

Diego Garcia utilizou as redes sociais para se defender. Em postagem, afirmou que "não foi o que aconteceu" e que vai provar com os vídeos.

"Estão me acusando erroneamente de ter agredido o presidente da Comissão do PL 399, que quer liberar a maconha no Brasil. Não foi isso o que aconteceu e as imagens confirmam o que estou dizendo. Reagi ao atropelo do presidente ao acordo feito por ele mesmo com os deputados.", afirmou Garcia em publicação.

Assunto volta à tona

Antes de apresentar seu parecer sobre o projeto discutido na comissão especial, Diego Garcia utilizou uma parte do tempo para se defender e afirmou que "em momento algum" houve agressão.

"Até porque se eu tivesse te dado um soco Vossa Excelência não teria continuado sentado. A minha intenção não era essa, eu empurrei o computador, eu coloquei minha mão sobre Vossa Excelência para que Vossa Excelência parasse de falar e parasse de atropelar o regimento e de atropelar aquilo que Vossa Excelência mesmo anunciou no início da reunião, quando aprovou meu requerimento de votação nominal.", afirmou o parlamentar.

Em resposta, Teixeira afirmou que tem testemunhas e que negar o fato é uma "mentira".

"Sobre a agressão que recebi nessa manhã, além do vídeo, tenho testemunhas. Portanto creio eu que quem praticou deveria ser sincero consigo mesmo e com seus colegas e não manter a tentativa de uma versão diferente. Ou pedir desculpas, faz parte. Agora, negar o fato é cair na mentira. E quem mente é mentiroso.", afirmou

Sessão discute projeto que autoriza cultivo da Cannabis

A comissão especial analisa o PL 399/15 para analisar o parecer do relator, deputado Luciano Ducci (PSB-PR), que discute a autorização do cultivo de Cannabis sativa para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais.

Inicialmente, a discussão estava marcada para iniciar ontem, mas foi adiada por problemas técnicos.

O substitutivo proposto por Ducci legaliza o cultivo da Cannabis, mas impõe restrições. O plantio poderá ser feito apenas por pessoas jurídicas, como empresas, associações de pacientes e organizações não governamentais. Não há previsão para o cultivo individual. Um pedido de vista coletivo adiou a votação da proposta.

O texto também proíbe a produção e a comercialização de produtos fumígenos, como cigarros, fabricados a partir da Cannabis medicinal, assim como chás medicinais ou outras mercadorias na forma vegetal da planta para pessoas físicas.

*Com informações da Agência Câmara e Agência Estado