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Em nova fase, CPI da Covid precisará pedir quebras de sigilo, diz Randolfe

Senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid - Adriano Machado/Reuters
Senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

23/05/2021 21h24

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou hoje que a comissão chega a uma etapa em que será necessário requisitar a quebra de sigilo de dados bancários e fiscais para auxiliar a investigação.

"A CPI entra em uma fase em que é necessária a quebra de sigilo de dados. No caso do do Rio de Janeiro, tem um caso flagrante de corrupção, ocorrido em uma obra que custou R$ 28 milhões na superintendência do Ministério da Saúde e uma reforma em galpões, em meio a uma pandemia, com empresas já suspeitas de outras fraudes", disse o senador à GloboNews.

Randolfe se referiu a reportagem exibida na semana passada pelo Jornal Nacional. O programa jornalístico revelou que, em novembro de 2020, o Ministério da Saúde contratou duas empresas sem licitação para reformar imóveis da pasta no Rio de Janeiro. Dois sócios de uma das empresas foram condenados por fraude em contratos com as as Forças Armadas.

O senador afirmou que obter esses dados e reconvocar depoentes, neste momento, é mais eficaz para a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do que realizar acareações entre os convocados.

O vice-presidente afirmou, ainda, que os senadores vão solicitar que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e seu antecessor, Eduardo Pazuello, prestem novos depoimentos à comissão.

Na mesma entrevista à GloboNews, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), membro da CPI, criticou a presença de Pazuello na manifestação bolsonarista que aconteceu hoje no Rio de Janeiro.

"Pazuello não recebeu um habeas corpus pra mentir. Ele recebeu um habeas corpus [do Supremo Tribunal Federal] para permitir que ficasse em silêncio com relação a determinadas questões, especialmente no caso de Manaus [onde é investigado]", disse Vieira.

Para o senador do Cidadania, o ex-ministro "tanto mentiu que hoje confirmou a mentira, participando de aglomeração".

Vieira reafirmou que solicitou hoje a convocação de Arthur Weintraub para depor à CPI e explicar a sua atuação em favor do incentivo ao uso de medicamentos sem eficácia científica contra a covid-19, como a cloroquina e a hidroxicloroquina.