Presidente da CPI pede que colegas parem de falar mal da China: "Não é bom"
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), pediu a parlamentares que não falassem mal da China, um dos principais parceiros econômicos do Brasil, durante a realização da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga ações e omissões do governo federal em meio à crise sanitária. A declaração de Aziz ocorreu após fala do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, ouvido por senadores na sessão de hoje.
"Nós vamos passar, a CPI vai passar, mas vai ter brasileiro fazendo negócio como a China. A China sempre foi um parceiro nosso e vai continuar sendo. Nós já passamos essa etapa. Nós temos uma obrigação como senadores do Brasil que é não esticar a corda com ninguém", disse Aziz.
"Até faço um apelo aqui para que os senadores —tanto de oposição quanto da situação—... para que a gente não fale mais na China. Por que é a mesma coisa que a gente estiver lá na China e estar falando mal do Brasil. A gente escutando e o embaixador também se sente muito magoado, é natural. E ele é obrigado pela função que ele tem a informar ao superior o que se passa no Brasil", completou, em seguida.
A reação cautelosa demonstrada por Aziz durante a CPI faz sentido.
Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insinuou que o país asiático poderia ter criado o vírus em laboratório como parte de uma "guerra bacteriológica". A China reagiu e avisou que se opõe com firmeza a "qualquer tentativa de politizar e estigmatizar" a pandemia de coronavírus
As declarações de Bolsonaro repercutiram também no Instituto Butantan, que tem recebido da China os IFAs (Insumos Farmacêuticos Ativos) da Coronavac. Segundo Dimas Covas, esse tipo de colocação de autoridades do governo federal atrapalham ainda mais a liberação dos produtos para o Brasil.
Os comentários agressivos contra os chineses também estariam atrapalhando a entrada de investimentos novos para setores como os de energia, transportes e tecnologia, de acordo com executivos que fazem intermediação dessas transações.
A China é atualmente o maior parceiro comercial do Brasil, o país que mais compra produtos brasileiros. Os chineses são também um dos principais investidores estrangeiros nos setores de infraestrutura e tecnologia, áreas em que a economia brasileira precisa de capital para se desenvolver, destacam economistas.
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