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Carolina Brígido: STF 'dá margem para crítica' após decisão sobre Cabral

Do UOL, em São Paulo

28/05/2021 09h16

A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de anular a delação premiada do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, que está preso desde novembro de 2016, à Polícia Federal, "dá margem para crítica" sobre a atuação da corte. A opinião é da colunista do UOL, Carolina Brígido.

"Dá margem a muitas críticas. O fato desses dois ministros [Dias Toffoli e Luiz Fux] terem participado da votação também dá margem para críticas da população, dá mais motivo para apanhar", disse Carolina na edição da manhã do UOL News.

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Ontem, os ministros do STF rejeitaram por 7 votos a 4 a delação de Cabral, que foi alvo da operação Lava Jato e implicou uma série de autoridades com suas declarações, entre elas o ministro da Corte Dias Toffoli. Cabral afirmou que Toffoli teria vendido decisões judiciais quando presidia o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), entre 2014 e 2016.

"O próprio ministro Dias Toffoli votou contra. Outro que poderia ter se declarado impedido era o presidente Luiz Fux. Ele costuma se declarar impedido em processos sobre o Sergio Cabral porque o Cabral fez campanha para ele ir para o Supremo", completou a colunista.

No julgamento, o STF decidiu que o acordo firmado entre Cabral e a Polícia Federal não tem validade porque precisa do aval do Ministério Público. Em 2018, o plenário do STF decidiu o contrário, que a PF teria autonomia para realizar acordo de delação premiada.

"Em 2018, a decisão foi tomada no plenário físico, com todos os ministros reunidos. A de ontem foi tomada no plenário virtual. Imagino é que essa forma de votação deixa os ministros mais confortáveis, inclusive, para desdizer o que eles tinham dito em 2018. Dessa vez o que eles disseram, que tinham algumas irregularidades específicas entre o Sergio Cabral e a polícia e que por isso essa delação específica seria anulada", disse Carolina.