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Governo Bolsonaro usa Secom para se defender de artigo

Jair Bolsonaro fala com apoiadores um dia após pronunciamento em rede nacional - Reprodução/Foco do Brasil
Jair Bolsonaro fala com apoiadores um dia após pronunciamento em rede nacional Imagem: Reprodução/Foco do Brasil

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

06/06/2021 22h21

A Secretaria de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais para defender o presidente sobre o artigo publicado pela revista britânica, The Economist. A pasta afirmou que o texto "busca desmerecer todo o incontestável trabalho" do governo e que a publicação fala em "apologia ao homicídio".

O relatório especial, publicado nesta semana, trazia na sua capa o Cristo Redentor com máscara de oxigênio e dizia que o Brasil vive sua "maior crise desde o retorno à democracia em 1985". A revista aponta ainda que o futuro do país depende das próximas eleições, em 2022, e que a prioridade é "votar para tirá-lo do poder".

Em 23 tuítes, a Secom critica o texto e afirma que a publicação "enterra a ética jornalística e extrapola todos os limites do debate público".

"A boa notícia é que nem os brasileiros, nem o mercado, nem o mundo caíram no pranto ideológico e raivoso da Economist. Se a matéria tivesse alguma credibilidade, provavelmente a Bolsa de Valores sofreria alguma alteração significativa, por exemplo. Não foi o que aconteceu", aponta a secretaria.

A pasta da Comunicação questiona frases publicadas pela revista e questiona se o desejo da publicação, por exemplo, é "mudar o curso do país cujo o governo instituiu o auxílio emergencial". O governo diz ainda que o texto aponta "contradições", quando cita que Bolsonaro não conseguiu fechar contratos de vacinas, mas afirma que o avanço da vacinação pode reelegê-lo.

Por fim, a Secom agradece ao "reconhecimento" e pela revista "admitir" que o país está avançando. "Talvez justamente por reconhecer nossos avanços, a Economist esteja tentando interferir em nossas questões domésticas e, segundo o texto, defenda a eliminação do presidente que está livrando Brasil da corrupção e da sujeição às oligarquias que a revista parece representar".