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Sakamoto: CPI da Covid deve focar no interesse financeiro sobre cloroquina

Do UOL, em São Paulo

10/06/2021 12h19Atualizada em 10/06/2021 13h37

Em análise sobre a quebra de sigilos telefônicos e telemáticos determinados pela CPI da Covid, o colunista do UOL Leonardo Sakamoto acredita que a Comissão Parlamentar de Inquérito deva focar também nos interesses financeiros do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a cloroquina.

"Qual a relação de Bolsonaro com isso, o governo ganhou alguma coisa? Esses empresários bolsonaristas irrigaram a campanha eleitoral de 2018? Pretendem irrigar a de 2022? Eles irrigam sites que bombam remédios sem eficácia contra a covid? Tem muita coisa para descobrir com as quebras", disse o colunista.

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Já o comentarista do UOL News, Joel Pinheiro, relembrou que uma das informações importantes apresentadas durante as investigações do colegiado no Senado é a troca de mensagens entre a infectologista Nise Yamaguchi e o doutor Luciano Azevedo.

As mensagens sobre minutas de um decreto sobre a cloroquina confirmam a existência do "gabinete das sombras", e foram citadas pela própria Nise em depoimento como testemunha à CPI da Covid.

Quebras de sigilo

A Comissão Parlamentar de Inquérito aprovou hoje a quebra de sigilo telefônico e telemático dos ex-ministros Eduardo Pazuello — Saúde — e Ernesto Araújo — Relações Exteriores —, além do empresário Carlos Wizard. Além deles, outras cinco pessoas estão na lista de quebras de sigilo.

  • Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde conhecida como "capitã cloroquina";
  • Filipe G. Martins, assessor especial da Presidência;
  • Nise Yamaguchi, médica defensora da cloroquina que fazia parte do chamado "gabinete paralelo";
  • Francieli Francinato, coordenadora do Plano Nacional de Imunização;
  • Antônio Elcio Franco Filho, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde

Os senadores pretendem acelerar as investigações com a decisão, na tentativa de verificar se houve algum erro ou irregularidade por parte do Executivo nacional na conduta de ações de combate à pandemia da covid-19

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello é um dos principais alvos do colegiado, por ter gerido o ministério durante as maiores crises sanitárias no país.