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Jurista Miguel Reale Jr. diz que Bolsonaro pode ser interditado pelo MP

O jurista Miguel Reale Jr. criticou a gestão de Jair Bolsonaro na pandemia  - Edilson Rodrigues/Agência Senado
O jurista Miguel Reale Jr. criticou a gestão de Jair Bolsonaro na pandemia Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Colaboração para o UOL, em Alagoas

11/06/2021 15h37

O jurista Miguel Reale Jr., autor dos pedidos de impeachment dos ex-presidentes Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff, afirmou que o Ministério Público (MP) tem o poder de afastar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) do cargo, caso o político seja considerado mentalmente incapaz para continuar na função de chefe do Executivo Federal.

A declaração do jurista foi dada em entrevista à revista Veja. No entanto, Reale Jr. pondera que o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, chefe do MP, não irá tomar qualquer medida nesse sentido.

Para ele, Jair Bolsonaro é uma pessoa que apresenta "quadros de anormalidade, falta de empatia, personalidade antipática e antissocial". Ainda, afirmou que o mandatário "gosta de tortura" e é pouco solidário na doença.

"O presidente é um quadro de duvidosa normalidade, diante das circunstâncias de insensibilidade e falta de empatia, deste processo megalômano. Diz ele: 'Eu sou o presidente, tenho a caneta'. Tudo isso compõe esse comportamento tão desavisado", completou.

Reale Jr. relata sensação de 'abandono'

Miguel Reale Jr. disse hoje, em entrevista ao UOL News, que se sente envergonha e que a sensação é de que o Brasil está "abandonado, sem ninguém que cuide de nós", ao criticar a gestão de Jair Bolsonaro durante a pandemia de coronavírus.

"Sensação que temos é de orfandade. Nós estamos no meio da pandemia, nas vésperas de ter 500 mil mortos [pela covid-19] e estamos sem instrumentos de contenção da loucura, da irresponsabilidade. Nós estamos soltos, ao léu, estamos abandonados. A sensação é de abandono", afirmou.

Para o jurista, é preciso que haja um movimento de procuradores para pressionar Augusto Aras a mudar sua postura em relação ao Governo Federal, considerada por opositores como subserviente ao presidente.