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Bolsonaro nomeou mulher de Barros para conselho de Itaipu no início de maio

Cida Borghetti ex-governadora do Paraná - Orlando Kissner/ANPr
Cida Borghetti ex-governadora do Paraná Imagem: Orlando Kissner/ANPr

Rafael Neves

Do UOL, em Brasília

26/06/2021 15h28Atualizada em 26/06/2021 15h28

No início de maio deste ano, o presidente Jair Bolsonaro nomeou a esposa do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, para uma cadeira no conselho de administração da Itaipu Binacional. A nomeação de Cida Borghetti, que governou o Paraná por nove meses em 2018, ocorreu mais de um mês depois de o presidente supostamente ter sido avisado de irregularidades na compra da vacina Covaxin.

Segundo o deputado Luís Miranda (DEM-DF), ele o irmão, servidor do Ministério da Saúde, se reuniram com Bolsonaro no dia 20 de março. No encontro, segundo Miranda, foi o próprio presidente quem citou Barros após ouvir a denúncia dos irmãos sobre o caso, que é alvo de investigações do MPF (Ministério Público Federal) e da CPI da Covid.

O conselho de administração da Itaipu é composto por 12 pessoas, entre brasileiros e paraguaios. Borghetti foi nomeada para o cargo no dia 6 de maio no lugar de Carlos Marun, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo em 2018, na gestão de Michel Temer. Na posição, que exige o comparecimento a uma reunião a cada dois meses, ela recebe um salário de R$ 27 mil.

O nome de Barros foi colocado no centro das suspeitas ontem, pelo deputado Luis Miranda, em depoimento de mais de oito horas à CPI da Covid, depois da insistência dos senadores para que ele revelasse o nome do deputado que teria sido citado por Bolsonaro. Pouco depois, por meio do Twitter, o líder do governo defendeu-se das acusações.

"Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin", escreveu Barros na rede social. Pouco depois, em nova postagem, afirmou estar à disposição "para quaisquer esclarecimentos".