Sem provas, Bolsonaro diz que Aécio venceu eleições de 2014: 'teve fraude'
O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que houve fraude nas eleições presidenciais em 2014. Na época, Dilma Rousseff (PT) foi reeleita e Aécio Neves (PSDB) foi derrotado. A declaração foi dada em entrevista para a rádio Guaíba, com sede em Porto Alegre.
"Nosso levantamento, feito por gente que entende do assunto que esteve presente lá dentro e acompanhou toda a votação, garante que sim. Eu não sou técnico de informática, mas o que eu vi está comprovado, a meu ver, fraude em 2014. O Aécio foi eleito em 2014. Não vou entrar no mérito se o Aécio ou a Dilma é melhor ou não. Mas o que as urnas apontaram, dado esse levantamento feito no TSE, deu Aécio Neves em 2014", disse Bolsonaro, sem dar muitos detalhes sobre o levantamento.
Durante a entrevista, o presidente defendeu o voto impresso e fez ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente o ministro Luís Roberto Barroso. Para Bolsonaro, há uma "interferência absurda" por parte de alguns ministros.
"A democracia está ameaçada por alguns de toga que perderam a noção de seus deveres e de seus direitos. Quando você vê o ministro Barroso ir ao parlamento brasileiro negociar com lideranças partidárias para que o voto impresso - ou auditável - não fosse votado na comissão especial, que ele quer com isso, no meu entender? Vai ser comprovado nos próximos dias: fraude nas eleições. Daí eles falam que não tem como apresentar prova de fraude e eu vou apresentar, mas eu desafio o Barroso antes: me apresente uma prova que não é fraude, que o voto eletrônico é seguro", afirmou Bolsonaro.
Na sequência, o presidente citou três países que não adotam o voto eletrônico: Japão, Coréia do Sul e Estados Unidos. Disse ainda que o Brasil é um dos "raros países" que adotam o sistema.
Logo após, fez ataques a Barroso. "Por que o Barroso não quer mais transparência nas eleições? Porque tem interesse pessoal nisso. Ele está se envolvendo numa causa como essa, interferindo no legislativo", disse o presidente.
Barroso preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e já afastou, por diversas vezes, a possibilidade de adoção do voto impresso nas eleições gerais de 2022, o que leva Bolsonaro a tecer críticas e ataques direcionadas a ele. Desta vez, o presidente da República afirmou que o magistrado articula para que a mudança não seja aprovada.
Há cerca de 20 dias, Bolsonaro chegou a dizer que o Brasil teria "convulsão social" sem voto impresso e afirmou que Barroso é "péssimo exemplo" para todos, por conta de suas decisões no Supremo.
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