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Dominghetti picareta, Bolsonaro, propina: as frases de Roberto Dias na CPI

07.jul.2021 - Ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, chegando ao Senado Federal para depor na CPI da Covid - Marcos Oliveira/Agência Senado
07.jul.2021 - Ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, chegando ao Senado Federal para depor na CPI da Covid Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

07/07/2021 10h31Atualizada em 07/07/2021 18h13

O ex-chefe de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias Ferreira está sendo ouvido hoje na CPI da Covid, no Senado Federal. O ex-dirigente da pasta será cobrado a explicar fatos narrados ao colegiado pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti Pereira.

Na semana passada, o cabo da PM de Minas Gerais, que afirma ser representante da empresa de produtos hospitalares americana Davati Medical Supply no Brasil, acusou Dias de pedir propina de US$ 1 por dose em uma suposta negociação para a aquisição de 400 milhões de unidades da vacina Oxford/AstraZeneca.

Em nota divulgada à imprensa, o ex-chefe de Logística do ministério negou ter solicitado qualquer vantagem ilícita, contradizendo o relato de Dominghetti ao jornal Folha de S.Paulo. Logo após a publicação da reportagem, Dias Ferreira foi exonerado do cargo.

Veja as frases de Roberto Dias Ferreira na CPI da Covid:

Relação com Dominghetti

No dia 25 de fevereiro, fui tomar um chope com um amigo e em determinado momento se dirigiu a mim o coronel Blanco ao lado de uma pessoa que se apresentou como Dominghetti, que disse representar empresa com 400 milhões de doses da AstraZeneca. Eu disse a ele que isso já tinha sido circulado no ministério, mas nunca com documentação necessária. Nunca houve nenhum pedido meu [de propina] a esse senhor. [Estou sendo acusado sem provas] por um picareta que tentava aplicar golpes em prefeituras e Ministério da Saúde"

Estou há mais de 10 dias sendo massacrado sem ter uma prova ou indício que sustente tais alegações [de Dominghetti]. Nunca pedi nenhum tipo de vantagem ao senhor Dominghetti e nem a ninguém"
Roberto Dias Ferreira na CPI da Covid

Exoneração e propina

Minha exoneração se deve a esse fato esdrúxulo e inexistente de [propina de] US$ 1, somente isso. E que foi feita de forma açodada, sem nenhuma verificação"

Eu não tenho dúvida que é para me prejudicar, eu só não consigo entender a origem, mas não tenho dúvida que é para me prejudicar. Ainda estou em busca da resposta, mas que foi para me prejudicar, sem sombra de dúvida foi"
Roberto Dias sobre a sequências de fatos envolvendo o seu nome nos últimos dias após a sua exoneração

Contato com Bolsonaro

O máximo que cheguei perto do presidente da república acho que foi 5 metros, nunca falei com ele"

Ofertas de vacina

Lembro de ter recebido [o reverendo Amilton Gomes de Paula] em agenda oficial na minha sala, uma única vez, em um pedido de agenda. A retórica era a mesma: possuía X doses disponíveis e não possuía a carta de representação do fabricante e aquilo acabou ali"
Roberto Dias sobre Amilton tentar negociar vacinas ao governo em agenda oficial

Negociação por Covaxin

Eu nunca participei da fase pré-contratual, nem da Covaxin nem de nenhuma vacina de covid-19. Participei apenas na fase final para a consecução do contrato. A execução do contrato cabe à fiscal do contrato"
Roberto Dias cita fiscal Regina Célia, que prestou depoimento ontem na CPI

Relação com Ricardo Barros

Eu conheço o Deputado Ricardo Barros e tenho relacionamento como tenho com diversos Parlamentares do Estado do Paraná
Roberto Dias sobre Amilton fala sobre relação com o deputado federal

No cargo mesmo após trocas de ministros

Relator, a cada troca de ministro eu permaneci. Vale lembrar que, a partir da saída do Ministro Mandetta, nós estamos no meio de uma pandemia. Entendo que cada ministro que chega, desconhecendo o cenário atual, me manteve em função das ações que estavam em andamento num momento crítico. E elas permaneceram até o dia de ontem... Perdão, até o dia da minha exoneração
Roberto Dias sobre Amilton fala sobre atuação no Ministério da Saúde

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.