'O fim da CPI é buscar a verdade, não prender ninguém', diz Randolfe
Após a prisão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, o senador e vice-presidente da CPI da Covid Randolfe Rodrigues (Rede-AP) lamentou que o depoimento de Dias chegou a esse ponto, mas falou que o diálogo não era mais possível. O senador se pronunciou em uma coletiva de imprensa, transmitida pelo UOL News.
"Nós tentamos construir uma mediação, uma saída. Nos reunimos com a advogada (de Dias) para que ela convencesse o cliente a trazer mais dados, porque eram gritantes as contradições no depoimento dele, mas não conseguimos essa negociação. O fim da CPI é buscar a verdade, não prender ninguém", disse Randolfe.
Além disso, o vice-presidente da comissão afirmou que há um problema no ministério liderado por Marcelo Queiroga. "Há uma disputa de poder, uma disputa de esquemas de corrupção no âmbito do Ministério da Saúde", completou.
O senador ainda disse que o ex-diretor de Logística "colaborou pouco" com o depoimento prestado hoje. Para Randolfe, o mais relevante foi o apontamento da responsabilidade de Elcio Franco, ex-número 2 do Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello. "O senhor Elcio Franco entra agora como foco das questões da CPI", afirmou.
Com o senador Humberto Costa (PT-PE), Randolfe foi perguntado se a decisão de Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, causaria algum "racha" no grupo majoritário. O vice-presidente falou que é irrelevante se eles concordam com a prisão e que Aziz exerceu plenamente sua função.
"Esse tema deve ser resolvido em dois ou três dias", disse Costa após afirmar que a CPI seguirá amanhã normalmente. "Ele (Dias) não cabe mais à CPI. A prisão pode ser relaxada, se a defesa entrar com o devido habeas corpus. Foi prisão flagrante em delito, creio que nem chegará a uma audiência de custódia", falou Randolfe.
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