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Presidente da Comissão do Voto Impresso fala sobre eleições após ameaças

Colaboração para o UOL

04/08/2021 19h01Atualizada em 04/08/2021 19h37

A Comissão Especial da Câmara que analisa a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para instituir o voto impresso define amanhã se aceita ou não o texto substitutivo à matéria elaborado pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR), relator do tema. O presidente da Comissão Especial do Voto Impresso, Paulo Eduardo Martins, comentou o assunto em entrevista ao UOL News no início da noite de hoje.

Para Paulo, debater sobre eleições com voto impresso ficou ainda mais difícil diante do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"O tema ficou muito difícil e acabou se tornando um tema pesado. A politização do tema, ligado ao presidente da República, tirou margem de manobra de outras forças políticas que são antagônicas ao presidente, mas que também são favoráveis ao voto impresso. Passou a ser uma situação política as coisas ficaram muito difíceis, por isso temos dificuldade em avançar com isso hoje", disse.

O presidente da comissão defendeu a segurança do modelo e não vê indícios de fraudes no sistema eletrônico.

"Não basta ter um sistema seguro apenas, precisa ser seguro e apreensível, que não possa ser desmoralizável. A minha crítica sempre foi sobre esse ponto de vista, nunca foi sobre fraudes. Eu acredito que as eleições ocorreram de forma correta até então, mas isso não me impede de buscar um sistema que, se houver algum problema, possa demonstrar e provar que não houve problema nenhum", declarou.

Paulo também comentou a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de acolher o pedido feito pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e incluir Bolsonaro na investigação para apurar a disseminação de notícias falsas (fake news) e avaliou a postura do presidente diante do assunto como "imprudente".

"Eu acho que acusar o voto eletrônico como fraudoso não é o caminho, não é por aí. Até porque já tivemos outras eleições sob esse sistema e todos foram eleitos, inclusive o próprio presidente. A discussão precisa ser se conseguimos aprimorar e tornar as coisas mais claras e não cravar se vai haver fraude, isso é imprudente e muito arriscado", disse.

"Se você aponta que houve fraudes ou que vai haver, é preciso provar. O presidente se desgasta com essas acusações e contribui para as reações que estão atrapalhando o avanço do tema", completou.