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Roberto Setubal diz que gostaria de 'terceira via' mais forte em 2022

Roberto Setubal também falou em decepção com Governo Bolsonaro - Solange Macedo/Divulgação
Roberto Setubal também falou em decepção com Governo Bolsonaro Imagem: Solange Macedo/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

17/10/2021 09h27

Copresidente do conselho de administração e ex-presidente do Itaú Unibanco, o banqueiro Roberto Setubal disse, em entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo, que torce por uma chamada "terceira via" mais forte nas eleições de 2022.

Em sua avaliação, uma candidatura forte para concorrer com o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderia levar para o debate econômico novas ideias.

"Eu também gostaria que nós tivéssemos uma terceira via bem mais forte, com reais chances de ganhar a eleição. Acho que os últimos governos, alguns candidatos que estão aí, já tiveram a sua chance e não fizeram a renda per capita brasileira crescer, não fizeram as reformas necessárias", disse.

"Gostaria de ver um candidato com mais intenções reformistas, mais agenda de crescimento econômico, acho que seria importante para sairmos dessa inércia em que nos encontramos. O mundo anda, e nós estamos ficando para trás", completou.

Críticos de Lula e Bolsonaro têm buscado a viabilização de candidatos que possam concorrer com chances reais de vitória em 2022. Porém, a menos de um ano das eleições, pesquisas eleitorais mostram que nomes que se colocam como opções da chamada "terceira via" ainda estão longe das intenções de voto dos líderes.

A última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 17 de setembro, mostrou Lula na liderança do primeiro turno com 44%, com Bolsonaro em segundo com 26%. Ciro Gomes (PDT) aparece com 11%, enquanto outros nomes que tentam viabilizar candidaturas, como João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e José Luiz Datena (PSL) não ultrapassam 6% em nenhum dos cenários.

Setubal, porém, acredita que o cenário pode mudar. "Tenho de acreditar. Hoje há dois candidatos fortes, e isso, obviamente, torna uma terceira via mais difícil. Mas temos de acreditar. É muito importante que haja uma união do centro para que isso possa ocorrer, para que haja um único candidato mais forte. Eleição é o tipo de coisa que muda rápido, nós já vimos prévias um ano antes mudarem completamente…", disse

Para ele, a chegada de uma 'terceira via' no segundo turno mudaria o favoritismo. "Eu acho que estamos em um ambiente de mudanças, todo mundo está querendo mudanças, porque tem muita coisa que não está andando como deveria. Acho que esse ambiente favorece uma terceira via, se for bem trabalhada. Então, eu vejo, sim, chances de que ela possa ganhar uma eleição. Tenho a impressão de que, se um candidato da terceira via chegar ao segundo turno, as chances de ganhar são muito grandes.".

Decepção com Governo

Na entrevista, Roberto Setubal ainda disse que o governo Bolsonaro, "de certa forma, é uma decepção em relação àquilo que foi prometido na campanha" porque "foi mudando radicalmente ao longo do seu mandato".

"A gente imaginava muito mais reformas, muito mais mudanças, e elas acabaram não acontecendo. Claro, pode-se dizer que teve pandemia, que teve uma série de coisas, mas o fato é que as coisas não aconteceram como nós gostaríamos", afirmou.