Moraes manda PGR avaliar reclamação de Moro sobre depoimento de Bolsonaro
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou que a PGR (Procuradoria-Geral da República) avalie a reclamação do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro sobre a forma como foi realizada a coleta do depoimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A ordem consta em despacho de ontem do ministro do Supremo.
Bolsonaro foi ouvido pela PF (Polícia Federal) no último dia 3 de novembro sem a presença da defesa de Moro e de um representante da PGR. O presidente da República é alvo de inquérito sobre interferência na PF, acusação feita por Moro ao deixar o Ministério da Justiça; o ex-ministro, que também é investigado sobre o caso, comandou a pasta do início do governo Bolsonaro até abril do ano passado.
Na segunda-feira (8), a defesa de Moro apresentou uma reclamação a Moraes, pedindo "isonomia processual", dizendo que esperava ter sido comunicada da data de oitiva de Bolsonaro.
"O depoimento do senhor presidente da República foi colhido em audiência reservada, presidida pela autoridade policial em período noturno, sem participação desta defesa [de Moro] e da Procuradoria-Geral da República, em forma diversa daquela observada por ocasião das declarações prestadas pelo também investigado Sergio Fernando Moro", escreveu a defesa a Moraes.
Os advogados de Moro querem que a PGR diga se foi correto "procedimento adotado, pela Polícia Federal, para a oitiva do senhor Presidente da República". O depoimento de Bolsonaro foi tomado sem a presença de advogados de Moro com autorização do ministro do STF.
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