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RJ: Após desgaste com pane em trem, Castro demite secretário de Transportes

O governador Cláudio Castro (à direita) na posse do deputado federal Juninho do Pneu (DEM-RJ) como secretário de Transportes - Philippe Lima/ Governo do Rio
O governador Cláudio Castro (à direita) na posse do deputado federal Juninho do Pneu (DEM-RJ) como secretário de Transportes Imagem: Philippe Lima/ Governo do Rio

Igor Mello

Do UOL, no Rio

23/11/2021 18h16Atualizada em 23/11/2021 18h19

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou hoje a troca no comando da Secretaria de Transportes do Rio. O deputado federal Juninho do Pneu (DEM-RJ) foi demitido, e o advogado André Luiz Nahass foi escolhido para seu lugar.

Nahass tem envolvimento de longa data com o setor de transportes. Entre 1998 e 2012 foi diretor jurídico da Supervia, concessionária responsável pela operação do sistema de trens metropolitano e que agora terá que fiscalizar no novo cargo.

"O setor de transportes foi fortemente impactado pela pandemia. Mas, desde que assumi o cargo, melhorar a qualidade do serviço prestado em todos os modais é prioridade. E essa continua sendo a nossa meta. Agradeço ao Juninho do Pneu pelo trabalho neste período e dou boas-vindas ao Andre Luiz Nahass", disse Castro no comunicado sobre a mudança de comando na pasta.

Juninho do Pneu vinha sob pressão desde setembro, quando deixou de tomar a frente na crise vivida pelos usuários de trens do Rio, vítimas de várias interrupções em horários de rush em poucas semanas.

Já Castro tenta viabilizar sua candidatura à reeleição após assumir o cargo de maneira improvável. O desgaste causado por Juninho do Pneu poderia prejudicar o governador sobretudo entre o eleitorado da Baixada Fluminense e da zona oeste da capital, mais dependentes dos trens.

Vereador por um mandato na capital, ele foi vice na chapa do ex-juiz federal Wilson Witzel em 2018. Azarão, Witzel venceu a eleição, mas foi alvo de um processo de impeachment por conta de escândalos na área de saúde de sua gestão.

Castro assumiu interinamente o Palácio Guanabara em agosto de 2020 e herdou definitivamente o cargo com a condenação de Witzel, em abril deste ano.

Executivo da Supervia

Nahass foi um dos principais executivos da concessionária durante o governo Sérgio Cabral, preso e condenado na Operação Lava Jato. Em 2012, durante seu segundo mandato, o ex-governador decidiu renovar até 2048 o contrato de concessão da Supervia —que acabaria apenas em 2023.

A empresa, que era controlada até 2019 pela empreiteira Odebrecht, foi alvo de investigações da Operação Lava Jato e o presidente da Supervia durante parte do período em que Nahass foi diretor, Carlos José Vieira Machado da Cunha, firmou um acordo de colaboração premiada.