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Na esteira do antibolsonarismo, Frota declara apoio a Marcelo Freixo no Rio

Alguns dos ex-aliados hoje criticam abertamente Bolsonaro, como o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP). - ANTONIO CRUZ/ AGÊNCIA BRASIL
Alguns dos ex-aliados hoje criticam abertamente Bolsonaro, como o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP). Imagem: ANTONIO CRUZ/ AGÊNCIA BRASIL

Colaboração para o UOL, em Brasília

27/12/2021 09h51

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) declarou ontem apoio à candidatura de Marcelo Freixo (PSB-RJ) ao governo do Rio de Janeiro.

Por meio de seu perfil no Twitter, o tucano compartilhou um vídeo que havia sido divulgado pelo deputado do PSB e disse que Freixo fará "o melhor governo da história" de seu estado.

"Bom Natal, boa sorte, obrigado pela mensagem, e em [2022] quero te ver governador do Rio de Janeiro. Tenho certeza de que fará o melhor governo de todos os tempos. Renovação, empenho, trabalho e dedicação. Boa sorte", escreveu Frota. Freixo respondeu com uma mensagem de "feliz Natal".

Na esteira do antibolsonarismo

Alexandre Frota foi eleito deputado em 2018 impulsionado pelo bolsonarismo. Expulso do PSL quando Bolsonaro ainda integrava o partido, o congressista rompeu com o chefe do Executivo e se filiou ao PSDB em meados de 2019. Para o Palácio do Planalto em 2022, o deputado declara apoio ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB) —o pré-candidato à Presidência é outro dissidente do bolsonarismo.

De 2019 até meados 2021, pelo menos 20 figuras importantes para o bolsonarismo em 2018 abandonaram a base de apoio do presidente. São eles:

  • Gustavo Bebianno (faleceu depois);
  • Wilson Witzel;
  • João Doria;
  • Joice Hasselmann;
  • Alexandre Frota;
  • Luciano Bivar;
  • Janaina Paschoal;
  • Sergio Moro;
  • Luiz Henrique Mandetta;
  • Rodrigo Maia;
  • Major Olímpio (faleceu depois);
  • Otávio Rêgo Barros;
  • Jorge Kajuru;
  • Luiz Miranda;
  • Junior Bozzella;
  • Kim Kataguiri;
  • Delegado Waldir;
  • Paulo Marinho;
  • General Santos Cruz.

O possível caso mais recente é o polemista Olavo de Carvalho, que afirmou na semana passada que o presidente Jair Bolsonaro o usou como uma espécie de garoto-propaganda para "se promover e se eleger" e que considera que "a briga já está perdida".

A declaração foi feita pelo escritor durante live realizada no YouTube, ao lado de outros nomes conservadores como os ex-ministros Ricardo Salles e Abraham Weintraub.

"O Bolsonaro não é obedecido em praticamente nada, nada. Quem manda no Brasil é a turma do STF, da mídia, do show business. Acabou. E o pessoal das Forças Armadas? Assiste a tudo isso. Só acredita em neutralidade ideológica. Ou seja, no Brasil só existem duas possibilidades: ou você é comunista ou você é neutro. Não existe direita. Existe bolsonarismo", disse Carvalho.

Em fevereiro, a ativista conservadora Sara Winter —tida como a principal porta-voz do grupo bolsonarista autodenominado "300 do Brasil"— disse que não militará mais a favor do presidente.

"Decidi me aposentar. Nunca mais vocês vão me ver gritando 'mito, mito'. Hoje, morreria de vergonha de fazer isso", afirmou ela à revista Veja. "Fiz tudo aquilo acreditando que havia um movimento para derrubar [Jair Bolsonaro]. Eu me sacrifiquei para defendê-lo e faria tudo de novo, apenas de uma maneira diferente", justificou.

Ao UOL, Winter disse não estar apenas decepcionada com o presidente Bolsonaro, mas também com todo o seu governo. "O Bolsonaro se elegeu com pautas conservadoras. Um ano depois da eleição, todos os conservadores que estavam trabalhando no governo foram mandados embora. Não sei o que a Damares [Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos] hoje... Definitivamente, o ministério dela não é conservador."