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Ministro escalado para cuidar de afetados por chuvas entra de férias

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o presidente Jair Bolsonaro - Marcos Corrêa/PR
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o presidente Jair Bolsonaro Imagem: Marcos Corrêa/PR

Do UOL, em Brasília

05/01/2022 04h00

Um dos principais ministros escalados para cuidar do apoio do governo federal à população afetada pelas fortes chuvas que atingiram parte da Bahia e de Minas Gerais nas últimas semanas, Rogério Marinho deve tirar férias por quase um mês a partir de hoje.

Titular do Ministério do Desenvolvimento Regional, Marinho teve as férias autorizadas para o período de 5 de janeiro a 3 de fevereiro deste ano, quando as articulações políticas em Brasília costumam ter menor intensidade do que no restante do ano devido ao recesso do Congresso Nacional. O despacho de autorização pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) foi publicado ontem no Diário Oficial da União.

Na ausência do titular da pasta, em geral, as decisões ficam a cargo do secretário-executivo, a segunda autoridade mais importante na hierarquia ministerial. Ao UOL, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que o trabalho realizado pela Defesa Civil Nacional é técnico e segue protocolos preestabelecidos.

"Todo o apoio fornecido às localidades afetadas pelos desastres é articulado no âmbito do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, que é constituído por órgãos e entidades da administração pública federal, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e por entidades públicas e privadas de atuação significativa na área de proteção e defesa civil, e coordenado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec/MDR). As férias do ministro, portanto, em nada interferem ou modificam os procedimentos e atendimentos aos estados afetados.", disse o ministério através de nota.

O ministro do Desenvolvimento Regional tem sido um dos principais articuladores na resposta do governo federal desde meados de dezembro. Ao lado de João Roma, da Cidadania, e de outros ministros, Marinho sobrevoou cidades atingidas pelas enchentes após determinação de Bolsonaro.

Ontem, o ministro João Roma afirmou que o próprio e outros ministros devem continuar nas regiões atingidas pelas chuvas "até que o governo federal consiga atender as necessidades urgentes dos baianos".

Ausência presidencial criticada

Em 29 de dezembro, Bolsonaro usou um vídeo de Rogério Marinho com uma fala irônica a jornalistas para buscar justificar a própria ausência nas áreas afetadas. Na ocasião, o presidente seguia de folga em Santa Catarina e postava diariamente vídeos de passeios de moto aquática pelo mar.

"O presidente foi à Bahia. Quando ele foi à Bahia, ele foi criticado porque foi à Bahia. Ele mandou os ministros. Foi criticado porque mandou os ministros. Eu acho que se o presidente descobrir a cura do câncer, ele vai ser criticado porque descobriu a cura do câncer", disse Marinho no vídeo compartilhado por Bolsonaro nas redes sociais.

Na legenda da publicação, o presidente escreveu: "Bahia, nosso trabalho é solidariedade".

Dinheiro para assistência

Em 31 de dezembro, o governo federal liberou R$ 700 milhões para a assistência social à população de áreas afetadas pelas fortes chuvas, como na Bahia e em Minas Gerais. O valor representa apenas 35% do custo total que a Bahia precisa para reconstruir as estruturas destruídas pelas chuvas, segundo o governador baiano Rui Costa (PT).

O dinheiro será dividido da seguinte maneira:

  • R$ 200 milhões para a distribuição de alimentos a grupos populacionais tradicionais e específicos;
  • R$ 500 milhões para a estruturação da rede de serviços do Sistema Único de Assistência Social.

A Casa Civil da Presidência da República divulgou ontem que o governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional, assegurou o repasse de R$ 130 milhões para ações de resposta e assistência humanitária em municípios baianos.

As chuvas fortes na Bahia deixaram 26 mortos e cerca de 93 mil desabrigados ou desalojados. As pessoas atingidas passam de 715 mil, segundo a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia.