Topo

Esse conteúdo é antigo

Boulos: Ato sobre Pinheirinho relembra quem foi Alckmin no governo de SP

Do UOL, em São Paulo

21/01/2022 15h01Atualizada em 21/01/2022 15h36

Para Guilherme Boulos (PSOL), o ato a ser realizado hoje para relembrar os 10 anos da desocupação da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), serve para recordar "quem foi Geraldo Alckmin no governo do estado".

"Quem tomou a decisão de autorizar a reintegração de posse foi o Geraldo Alckmin, responsável direto pelas cenas de um verdadeiro massacre", disse Boulos, pré-candidato ao governo de SP, ao UOL News - Tarde, programa do Canal UOL.

A desocupação do Pinheirinho ocorreu em 22 de janeiro de 2012, quando a Polícia Militar de SP entrou na comunidade para cumprir um mandado de reintegração de posse. Cerca de 1,6 mil famílias viviam no local.

A ação, que foi denunciada por suspeitas de violações aos direitos humanos, deixou dez feridos e desencadeou em mais de 30 detenções — nove pessoas acabaram sendo efetivamente presas —, segundo informações oficiais.

Ivo Teles dos Santos, de 70 anos, aposentado, morreu três meses após a ação no Pinheirinho. Segundo testemunhas, ele foi hospitalizado após ser agredido com golpes de cassetetes na cabeça — ele teve traumatismo craniano.

"Eu estava lá. Vi o sofrimento daquelas famílias, com crianças desmaiando por bombas de gás", lembrou Boulos. O ato do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) ocorre hoje, às 19h (horário de Brasília), em uma ocupação na zona norte de São Paulo.

Chapa Lula-Alckmin

Embora declare apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma candidatura a presidente nas eleições de outubro, Boulos repudia a aliança com Alckmin, que é cotado para ser o vice na chapa encabeçada pelo petista.

"Tenho dificuldade de entender o quanto que o Alckmin agrega eleitoralmente para uma chapa", afirmou, dizendo que a aliança é "arriscada", tendo em vista o que ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

"O Brasil viveu o Michel Temer (MDB; vice de Dilma e posteriormente presidente) se aproveitando da sua posição para liderar um golpe", afirmou, relembrando o episódio do impeachment.

"Imaginem: o Lula ganha as eleições, com Alckmin vice. Aí, chega em 2023, 2024, e há crises no governo. O mercado e o centrão ficam insatisfeitos, e aí eles tem o prato pronto: é o Alckmin, que é uma saída para derrubar o Lula", argumentou.

Na avaliação de Boulos, embora Alckmin seja distante do "autoritarismo" do presidente Jair Bolsonaro (PL), ele é alinhado ao "neoliberalismo" do hoje chefe do Executivo e do ministro da Economia, Paulo Guedes.

"A grande disputa que temos que fazer é em relação ao programa (de governo)", afirmou. "O neoliberalismo na economia é a agenda que devolveu o Brasil ao mapa da fome, e o Alckmin é sócio dessa agenda", acrescentou.