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Petrópolis: Presidente irá à cidade na sexta, diz Flávio Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo

16/02/2022 08h23Atualizada em 16/02/2022 15h50

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disseram hoje que o presidente Jair Bolsonaro (PL) irá a Petrópolis (RJ) na sexta-feira. A cidade foi atingida por fortes chuvas ontem que deixaram ao menos 66 mortos.

O presidente, que está em viagem oficial à Rússia, mudou seu trajeto e irá direto para o Rio de Janeiro, segundo o parlamentar. "O governo federal está mobilizado com atenção para essa região", disse o filho do mandatário em um vídeo divulgado, lamentando as mortes.

"Na sexta-feira vou estar junto com o presidente Bolsonaro fazendo um sobrevoo. Ele viria da missão oficial da Rússia direto para Brasília (mas) ele mudou seu trajeto, vai direto para o Rio de Janeiro para se dirigir até a cidade de Petrópolis e também reforçar todas as iniciativas que o governo federal possa fazer diretamente ou em conjunto com as autoridades locais", detalhou Flávio.

Marinho disse que o secretário de Defesa Civil do governo irá para Petrópolis ainda hoje e que Bolsonaro determinou "mobilização de todos" para auxiliar às vítimas. O presidente e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), são aliados.

"Hora de solidariedade e ajuda as famílias impactadas pelas chuvas em Petrópolis RJ, nosso secretário de defesa civil está se deslocando para o local hoje, ontem fui contactado pelo presidente @jairbolsonaro da Rússia, que determinou mobilização de todos para ajudar. Sexta ele estará conosco no local", escreveu Marinho nas redes sociais.

Na noite de ontem, Bolsonaro disse que determinou que seus ministros deem o apoio necessário às vítimas. A prefeitura de Petrópolis decretou estado de calamidade pública.

"De Moscou tomei conhecimento sobre a tragédia que se abateu em Petrópolis/RJ. Fiz várias ligações para os Ministros Rogério Marinho e Paulo Guedes para auxílio imediato às vítimas, bem como conversei com o ministro da Defesa, general Braga Neto, que me acompanha na Rússia", escreveu o mandatário em sua conta no Twitter.

Um forte temporal atingiu a cidade que fica na região serrana do Rio de Janeiro, provocando alagamentos, inundações e deslizamentos em vários pontos. Vídeos, divulgados nas redes sociais, também mostram imagens de carros sendo arrastados por fortes correntezas.

Em dezembro, quando a Bahia, governada por Rui Costa (PT), também enfrentou uma crise semelhante, gerada por fortes chuvas, o presidente foi bastante criticado nas redes sociais por tirar folga no litoral de Santa Catarina e ignorar a tragédia que ocorria no Nordeste. Na ocasião, as enchentes já tinham deixado pelo menos 20 mortos e milhares de desabrigados no estado.

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Cenas de guerra, diz governador

Cláudio Castro afirmou que Petrópolis vive "cenas de guerra" após as fortes chuvas registradas. "As imagens são muito fortes e, provavelmente, vamos amanhecer com imagens tão ou mais fortes. É realmente uma tragédia grande. Cenas de guerra! Carros pendurados em postes! O que nós vimos é uma cena muito triste, cena praticamente de guerra", disse ele à Globonews.

Mais tarde, em entrevista ao Bom Dia Rio, da Rede Globo, Castro disse que a prioridade é resgatar pessoas com vida. Segundo ele, o volume de água nas ruas da cidade diminuiu.

Ao menos 80 casas foram atingidas no forte temporal - a maioria na área de encostas.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), disse, em entrevista à TV Globo, que a cidade "basicamente não vai funcionar". "Você não consegue promover a mobilidade na cidade, as principais artérias foram obstruídas. Não tem condição de você colocar a cidade para funcionar num curtíssimo espaço de tempo", disse ele. "O que deve funcionar é resposta que a gente tem que estar dando do ponto de vista das urgências na cidade."

O prefeito também falou sobre a desigualdade do país e que parte das periferias dos municípios brasileiros são ocupadas pela população mais pobre porque falta uma política habitacional.

"A população foi sendo excluída, ocupando a periferia, em grande parte tentando legitimar um território que foi negado a ela historicamente. Aí as pessoas moram em áreas de risco, porque não foi dado para elas o direito de morar melhor. A gente tem que fazer essa reflexão também", declarou.