Malafaia: Flávio Bolsonaro tem juízo, não vai votar por legalização de jogo
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), o pastor Silas Malafaia disse, em entrevista à revista Crusoé, que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem "juízo" e não vai votar pela legalização dos jogos de azar no país.
Conforme mostrou reportagem do UOL publicada ontem, a bancada evangélica na Câmara dos Deputados promove uma força-tarefa para tentar barrar nesta semana a votação do projeto de lei que legaliza os jogos. O texto está na pauta de votações do plenário após decisão do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que é a favor dele. A previsão de Lira é que a votação aconteça até hoje.
Questionado pela revista sobre a postura de Flávio, filho mais velho do presidente, que viajou a Las Vegas (EUA) em 2020 para conhecer projetos de hotéis-cassinos, Malafaia respondeu: "Flávio tem juízo. Ele não vai votar pela legalização dos jogos. Uma coisa é viajar para saber mais sobre o assunto, outra é votar a favor".
A Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional é contra o projeto de lei em tramitação na Câmara que prevê a legalização de bingos, cassinos e até do jogo do bicho. Para deputados da bancada, tornar os jogos de azar legais no Brasil vai intensificar a lavagem de dinheiro, o tráfico de drogas e o vício em apostas. Eles dizem acreditar que os prejuízos seriam maiores do que os benefícios financeiros com a arrecadação de impostos.
A legalização dos jogos de azar conta com o apoio de ala de bolsonaristas e do centrão, que tem o ministro Ciro Nogueira (PP-PI) como principal expoente do grupo no comando da Casa Civil, dentro do Palácio do Planalto.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro do Turismo, Gilson Machado, quando presidente da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), também já indicaram ser a favor da liberação dos cassinos no país.
Embora tenha dito que vá vetar o projeto, se aprovado no Congresso Nacional, Bolsonaro já indicou ser a favor de resorts —que devem contar com cassinos — na região de Angra dos Reis (RJ), por exemplo.
Malafaia afirmou ainda à Crusoé que cobrará empenho de Bolsonaro na manutenção do veto e que a questão dos jogos é um "ponto inegociável" para os evangélicos.
Bolsonaro não costuma se empenhar para manter seus vetos. Ele veta e deixa que o Congresso faça o que julgar necessário. Mas dessa vez é diferente. A questão dos jogos é um ponto inegociável para nós (evangélicos). Bastam as mazelas sociais que já temos. Nós vamos exercer pressão tanto sobre o presidente como sobre deputados e senadores. Estive com Bolsonaro duas semanas atrás e falei isso a ele Silas Malafaia
Como já noticiou o UOL, no entanto, a bancada evangélica na Câmara dos Deputados vai continuar ao lado do presidente mesmo que os jogos de azar sejam liberados no país com apoio de parte do governo federal.
* Com informações da reportagem de Luciana Amaral, do UOL, em Brasília
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