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Senador: Áudio de ministro do MEC é caso de demissão, processo e cadeia

Colaboração para o UOL

22/03/2022 09h49Atualizada em 22/03/2022 15h57

O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) disse hoje, em entrevista ao UOL News, que vai acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por provável crime de improbidade e tráfico de influência. A fala de Vieira foi feita depois da divulgação de um áudio, obtido pelo jornal Folha de S. Paulo, em que Ribeiro afirma priorizar a liberação de verbas do Ministério da Educação (MEC) para amigos de um pastor a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para Vieira, Milton Ribeiro nunca deveria ter entrado no MEC: "Esse ministro nunca tinha que ter entrado, mas, considerando o histórico do Bolsonaro, o mais provável é que ele receba uma medalha. A gente chegou nesse nível de cinismo. É preciso alertar as pessoas. Isso é caso de demissão e, depois de um processo, é caso de cadeia."

Vieira disse também que não dá mais para tratar os crimes do Brasil como algo normal. "Aqui, tudo vira normal. É normal ter um presidente que não respeita a ciência. É normal ter gente que é 'descondenada' pelo Supremo Tribunal Federal. É normal você ter tráfico de influência e transferência de verbas significativas por critérios não republicanos. Confrontar isso mesmo sabendo que a PGR é acomodada, mesmo sabendo que a PGR retarda os procedimentos, é uma obrigação minha como cidadão e parlamentar", afirmou.

"A gente vê aí uma repetição da estrutura de gabinete paralelo que nós encontramos na saúde durante a CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito]. Lá você também tinha interferências de lobistas que passaram primeiro pelo gabinete do presidente da República e depois obtinham vantagens no tratamento do ministério. Naquela época era na saúde, agora, é na educação", finalizou.

Veja as notícias do dia no UOL News com Fabíola Cidral: