Flávio: Oposição quer usar caso de Ribeiro eleitoralmente contra Bolsonaro
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), acusou a oposição de uma "clara tentativa" de usar a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, decretada hoje pela PF (Polícia Federal), para manchar o governo do pai.
"Enquanto o presidente Bolsonaro trabalha dia e noite para reduzir preço do combustível e da comida, a oposição tenta usar isso eleitoralmente e colocar o Bolsonaro na mesma prateleira do Lula, o que é impossível porque o Lula é o maior ladrão da história do nosso país", falou em áudio divulgado. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o maior rival do atual chefe do Executivo nas eleições de outubro.
O senador traçou paralelos entre o governo do pai e os do PT, alegando que o atual possui maior transparência e que Bolsonaro afastou Ribeiro quando as primeiras suspeitas se tornaram públicas.
Flávio ainda falou que a PF conduz uma "investigação isenta", após o fechamento de inquéritos que analisavam justamente se o chefe do Executivo tinha tentado interferir na corporação, como acusou o também ex-ministro Sergio Moro (União Brasil).
O filho do presidente ressaltou que Ribeiro "falou que Bolsonaro não tem absolutamente nada a ver" com as suspeitas de favorecimento e corrupção no Ministério da Educação.
Entenda o caso
Em março deste ano, a Folha de S. Paulo obteve um áudio em que o então ministro da Educação Milton Ribeiro diz que o governo federal prioriza prefeituras ligadas a dois pastores. Sem cargos, eles atuariam em um esquema informal de obtenção de verbas da pasta.
Segundo Ribeiro, essa é uma solicitação de Bolsonaro: "Foi um pedido especial que o Presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar". Os dois religiosos envolvidos seriam Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura Correia. Ribeiro é reverendo presbiteriano.
Dias depois, o então ministro foi exonerado do cargo, mas sem perder o apoio da família Bolsonaro. A primeira-dama Michelle Bolsonaro disse acreditar na inocência dele: "Só posso dizer que eu amo a vida dele. Deus sabe de todas as coisas, vai provar que ele é uma pessoa honesta, e justa, fiel e leal".
Já o presidente falou que se arriscaria por Ribeiro: "O Milton, coisa rara eu falar aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Minha cara toda no fogo pelo Milton".
Em uma live, Bolsonaro ainda classificou como "covardia" a pressão para que Ribeiro deixasse o cargo e disse que a situação expressava a falta de corrupção em seu governo.
Hoje, a PF deflagrou a operação "Acesso Pago". A ação apura indícios de pagamento de propina e atuação de lobistas no processo de liberação de verbas do ministério a municípios.
Ribeiro é suspeito de realizar tráfico de influência a fim de beneficiar aliados com recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), órgão ministério controlado por políticos do centrão. O caso foi revelado inicialmente em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo. O inquérito da PF cita ao menos quatro investigados, e há ainda indícios de corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa.
Também foi detido hoje o pastor Gilmar Santos, um dos dois religiosos ligados ao ex-ministro e que foram citados como lobistas do "balcão de negócios" no ministério. O segundo é Arilton Moura —a Polícia Federal não informou à imprensa a situação dos demais alvos das diligências.
No total, são quatro mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão distribuídos entre quatro estados (São Paulo, Goiás, Distrito Federal e Pará). O crime de tráfico de influência tem pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão, de acordo com o artigo 332 do Código Penal.
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