Após queixa-crime do STF, Magno Malta remove mais de mil vídeos do YouTube
O ex-senador Magno Malta (PL-ES) removeu mais de mil vídeos do seu canal de YouTube após ser alvo de uma queixa-crime apresentada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal). Centenas de vídeos faziam menção ao STF e a ministros da Corte, segundo levantamento do estúdio de análise de dados Novelo Data.
Ao UOL, o ex-senador Magno Malta negou que a remoção dos vídeos tenha relação com a ação do STF. Em áudio, ele afirmou que o conteúdo continua disponível em seus perfis do Facebook e Instagram.
"Foram vídeos que foram travados lá [no YouTube], vídeos com pouco engajamento", afirmou Magno Malta (veja mais abaixo).
Desde 17 de junho, 1.136 vídeos foram removidos do canal de Magno Malta. Há mais de 100 que mencionam, no título ou descrição, palavras como STF, Supremo e nomes dos ministros do STF.
Segundo o Novelo Data, os seguintes vídeos foram removidos:
- Ditadura no Supremo Tribunal Federal
- Os ministros do STF são Deus?
- Pedindo o impedimento do ministro Barroso
- Caso Daniel Silveira: até quando vamos ver esta covardia de Alexandre de Moraes
O canal de Magno Malta no YouTube tem 495 mil inscritos e 351 vídeos publicados. Em áudio enviado ao UOL, ele afirmou que "não tem razão nenhuma para apagar nada".
"Foram vídeos que foram travados lá [no YouTube], vídeos com pouco engajamento porque na época da pandemia eles me proibiram de falar de tudo. Eu tinha uma lista de palavras que não podia falar. Fui bloqueado por 30 dias por causa de um vídeo que eu criticava o João Doria", afirmou.
Todos os meus vídeos em que eu critico os ministros do STF estão no Facebook, no Instagram. Nós fizemos uma limpeza porque estava travado o meu canal no YouTube. Mas continua tudo no HD. Limpei e ainda estamos limpando mais, os vídeos que não tiveram engajamento porque foram bloqueados, foram derrubados. Não tem razão nenhuma para apagar nada.
Ex-senador Magno Malta
O YouTube esclareceu ao UOL que "os vídeos citados foram removidos pelo criador e não estão mais disponíveis para serem assistidos".
"O YouTube tem o compromisso de abrigar diversas vozes e opiniões e favorecer um debate saudável, especialmente em momentos de participação popular no processo democrático. As Diretrizes da Comunidade do YouTube estabelecem regras que devem ser seguidas por todos. Estamos sempre garantindo o cumprimento de nossas regras, não importa o posicionamento político do conteúdo em questão", escreveu a plataforma.
Queixa-crime apresentada por Barroso
O ministro Barroso apresentou uma queixa-crime na semana passada contra o ex-senador após Malta dizer que o ministro "tem dois processos no STJ, na Lei Maria da Penha, de espancamento de mulher". Ele também afirmou que Barroso era "um dos mais assanhados" ao falar das sabatinas que fez com integrantes da Corte no Senado.
Os comentários foram feitos por Malta no último sábado (11), durante a Cpac Brasil, evento conservador realizado em Campinas (SP).
Em despacho, o ministro Alexandre de Moraes, relator da queixa-crime, disse que "é evidente" que a atitude de Magno Malta tem conexão com as que são investigadas no inquérito das fake news. O ministro deu 15 dias para o ex-senador se manifestar.
Magno Malta se pronunciou e disse que, apesar de a queixa ser sobre declarações feitas por ele durante evento conservador neste mês, as críticas dele ao integrante da Suprema Corte ocorrem desde 2013.
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