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Renan x Aécio, Randolfe x Ciro, Jean x Bolsonaro; veja brigas de políticos

Caio Mello

Do UOL, em São Paulo

30/06/2022 19h10

Ontem, os deputados cassados Emerson Miguel Petriv, conhecido como "Boca Aberta" (Pros), e Arthur do Val, conhecido como "Mamãe Falei", brigaram e o paranaense chegou a agredir Arthur com tapas e socos. Os políticos, entretanto, estão longe de serem os únicos a já terem trocado farpas e até agressões.

A briga de ontem, no entanto, aconteceu porque Arthur do Val e outros membros do MBL (Movimento Brasil Livre) foram a Londrina questionar gastos de cota parlamentar de Boca Aberta e seu filho, Boca Aberta Júnior, deputado estadual pelo Paraná.

Mesmo sem necessariamente sempre chegar em agressões físicas, as brigas entre políticos são comuns. Veja alguns dos últimos casos que aconteceram no Brasil.

Arthur Lira X Glauber Braga - junho de 2022

Esta história ainda não acabou e Glauber (PSOL) ainda vai responder ao Conselho de Ética da Câmara, por supostamente ter quebrado o decoro parlamentar ao discutir com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).

Na ocasião, o presidente da Câmara propôs tirar o controle acionário do Governo Federal da Petrobras. O psolita então perguntou se Lira não tinha vergonha, ao que o alagoano respondeu fechando o seu microfone e avisando que poderia levá-lo ao Conselho de Ética para pedir sua cassação. O PSOL também fez representação ao Conselho de Ética denunciando a ameaça feita por Lira de retirar Glauber à força do plenário.

A representação contra Braga está tramitando em tempo considerado incomum pela rapidez.

Carla Zambelli X Jorge Solla - junho de 2022

A briga desta vez aconteceu na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados enquanto se discutia o caso de Wal do Açaí, acusada de ser funcionária fantasma do então deputado, e hoje presidente, Jair Bolsonaro.

O deputado Jorge Solla (PT) falava sobre a suposta corrupção no governo atual e as deputadas Carla Zambelli (PL) e Alê Silva (Republicanos) o interromperam e chegaram a rir, ironizando as afirmações dele, chamando o ex-presidente Lula de "ladrão".

O presidente da sessão deu tempo a mais para o petista concluir a fala, por conta da interrupção, mas as interrupções vieram novamente, especialmente após Solla dizer que "30 segundos a mais para ouvir a verdade dói em quem é culpado". A sessão foi encerrada sob protestos da oposição, que chegou a dizer que o tumulto havia sido causado justamente para este fim.

Romário X Paulo Rocha - junho de 2022

No Senado, Romário (PL) e Paulo Rocha (PT) discutiram de forma acalorada por conta de um projeto que determinava que professores de educação física deviam se inscrever nos conselhos federais e regionais para exercer o magistério.

Segundo a proposta, que foi aprovada, caberá às entidades regionais registrar os profissionais, expedir carteiras de identidade profissional, arrecadar taxas e anuidades, julgar infrações, aplicar penalidades e fiscalizar o exercício profissional.

A bancada do PT tentou derrubar a obrigatoriedade dessa vinculação, mas a emenda com esse objetivo apresentada pelo partido foi rejeitada e a discussão do senador petista e do ex-jogador se deu por conta disso.

Eduardo Bolsonaro X Luis Miranda - maio de 2022

Os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL) e Luis Miranda (Republicanos) protagonizaram um bate-boca durante uma sessão na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Parlamentares discutiam um projeto que cria normas para a publicidade das armas de fogo no Brasil.

Depois de uma fala de Eduardo criticando a demora em analisar o texto, Miranda o chamou de "lado negro do centrão" e disse se preocupar com um possível lobby do "03", como o filho de Bolsonaro é conhecido, para a indústria armamentista. "Estelionatário me chamando de lobby, pelo amor de Deus, né?", rebateu Eduardo Bolsonaro.

Miranda se disse favorável a posse de armas, mas que discordava sobre a publicidade. A discussão continuou com indiretas e acusações de corrupção de ambas as partes.

Renan Calheiros x Jorginho Mello - setembro de 2021

Durante a CPI da Pandemia, diversos debates saíram da liturgia e acabaram bastante exaltados. Neste caso, o relator da Comissão, Renan Calheiros (MDB), e o senador Jorginho Mello (PL) trocaram xingamentos na sessão que interrogava Danilo Trento, o diretor institucional da Precisa Medicamentos, empresa intermediária no contrato das doses da Covaxin, que não aconteceu por suspeitas de corrupção.

Mello interrompeu fala de Calheiros, que acusava Bolsonaro de ser corrupto, ao que o mdbista respondeu dizendo para Jorginho ir "para os quintos com o presidente e Luciano Hang". Ambos começaram a discutir. Além disso, Jorginho Mello foi chamado de "vagabundo", e rebateu chamando Renan de "ladrão".

Após interrupção, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), tentou fazer com que os dois se desculpassem, o que não aconteceu e a discussão quase começou de novo.

Wagner Rosário chama Simone Tebet de 'descontrolada' - setembro de 2021

Novamente na CPI da Covid, desta vez sem necessariamente serem duas pessoas envolvidas na briga. Wagner do Rosário, ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), disse em seu depoimento que a senadora Simone Tebet (MDB) estava "totalmente descontrolada".

Senadores de oposição e independentes saíram em defesa de Simone Tebet e acusaram Rosário de machismo.

O ministro havia sido questionado pela senadora sobre a atuação da CGU ao longo das negociações da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde, envoltas em suspeitas de irregularidades. Tebet afirmou que a imprensa apontou irregularidades antes da CGU e disse parabenizar o "trabalho do órgão, mas não o trabalho do ministro". Isso porque, a seu ver, Rosário não deveria ter defendido em coletiva um "contrato irregular".

Omar Aziz x Marcos Rogério - agosto de 2021

O então presidente da CPI da Pandemia Omar Aziz (PSD) discutiu com o senador governista Marcos Rogério (DEM).

O aliado de Bolsonaro falava durante o depoimento do empresário Carlos Wizard, acusado de integrar o suposto "gabinete paralelo" de Jair Bolsonaro, responsável por criar e difundir fake news sobre adversários políticos e sobre a pandemia. Aziz interrompeu Rogério, que chamou a Comissão de "circo".

No mesmo tom, o presidente da CPI respondeu que se fosse um circo, o senador governista seria "o maior palhaço".

Randolfe Rodrigues x Ciro Nogueira - maio de 2021

Ainda no início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito da pandemia da covid-19, antes de ouvir os dois primeiros depoentes, os ex-ministros da saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o vice-presidente da CPI Randolfe Rodrigues criticou Ciro Nogueira, dizendo que todas as sessões os bolsonaristas tentavam melar os trabalhos e se referiu a ele como "desesperado".

Ciro, então, respondeu que Randolfe era que estava desesperado e que queria encobrir os supostos desvios dos governadores,ao que Randolfe lembrou que em seu estado, Amapá, ele fazia oposição ao atual governador.

Vale pontuar também que o Senado Federal não tem competência legal para fiscalizar governos estaduais, essa tarefa cabe às respectivas assembleias legislativas e aos deputados estaduais.

Jair Bolsonaro x Jean Wyllys - abril de 2016

A tensão entre os dois se deu em diversos capítulos, mas o auge foi no dia da votação do Impeachment da então presidente Dilma Roussef (PT).

Bolsonaro votou favoravelmente à saída de Dilma, mas saudou o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, responsável por diversas torturas durante a ditadura militar, incluindo a da própria ex-presidente.

Depois de votar de forma contrária ao Impeachment, com discurso enfático, Jean Wyllys cuspiu na direção do rival. Ele atribuiu o fato a supostas ofensas que Jair Bolsonaro dirigia a ele e a alguém o ter segurado pelo braço.

Os dois chegaram a ir para o Conselho de Ética pelo episódio, mas receberam punições brandas.

Renan Calheiros x Aécio Neves - fevereiro de 2015

Voltando no tempo para 2015, durante votação da Mesa Diretora do Senado, o presidente da Casa Renan Calheiros (MDB) discutiu com Aécio Neves (PSDB), senador de oposição que havia acabado de ser derrotado na tentativa de ser presidente da República e até pediu recontagem dos votos.

Segundo Aécio, Calheiros não estava respeitando a proporcionalidade e o presidente respondeu ironizando a derrota do tucano e atribuindo sua perda ao fato dele ser "estreito". Neves vociferou que tinha sido candidato com muito orgulho e que honraria os 51 milhões de votos que teve.

"Respeite a Mesa! Tenha a dimensão da democracia! Respeite seus colegas!", rebateu Renan, com o dedo apontado para o mineiro e aos gritos.

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