Chanceler minimiza falas de Petro sobre Lula: 'Era discurso de candidato'
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, minimizou a demonstração de apoio feita pelo novo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que disse torcer para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja o vencedor nas eleições deste ano ao Palácio do Planalto, e derrote o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL).
Para o chanceler brasileiro, a declaração de Petro foi a "de um candidato eleito", com tom de "discurso eleitoral", o que é "sempre mais inflamado", e não representa a posição do mandatário colombiano enquanto chefe de Estado.
"Vocês não falaram com o presidente Petro, vocês falaram com o candidato eleito. O presidente Petro tomou posse hoje [no domingo, 7]. Hoje, eu conversei com ele, e não foi isso o que ele me disse sobre o Brasil. Ontem, era um discurso de candidato, a partir de hoje é o chefe de Estado quem está falando", disse França em entrevista ao jornal O Globo.
De acordo com o ministro, Gustavo Petro demonstrou interesse em "trabalhar com o Brasil na promoção da segurança alimentar", e citou a possibilidade de cooperação entre os dois países, por exemplo, com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
"Se tivermos liberdade, democracia e compromisso com a prosperidade econômica, não tenho dúvida de que Brasil e Colômbia podem ser grandes parceiros", completou o chanceler, em tom otimista sobre o futuro da relações entre os países latinos.
Petro disse torcer por Lula no pleito brasileiro
Primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, Gustavo Petro tomou posse ontem, e não escondeu sua torcida para que Lula saia vencedor das urnas brasileiras no pleito presidencial de outubro — o principal adversário do petista é o atual mandatário, Jair Bolsonaro, que buscará a recondução ao Planalto.
Durante conversa com jornalistas colombianos e de outros países, Petro, ao ser questionado sobre as expectativas para as eleições no Brasil, foi bastante direto em sua resposta: "Que ganhe Lula", afirmou.
A vice-presidente colombiana, Francia Márquez, também já demonstrou abertamente apoio a Lula, em entrevista à Folha, e, inclusive, se reuniu com o petista.
Crítico de Gustavo Petro, Jair Bolsonaro não compareceu à posse do colombiano. No mês passado, ao repercutir a vitória do ex-guerrilheiro, o atual chefe de Estado brasileiro se referiu ao mandatário colombiano como "alguém que não tem Deus no coração".
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