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YouTube remove live de Bolsonaro em encontro com embaixadores

18.jul.2022 - O presidente Jair Bolsonaro (PL) ataca o sistema eletrônico de votação em reunião com embaixadores Imagem: Clauber Cleber Caetano/PR

Do UOL, em São Paulo

10/08/2022 15h11Atualizada em 10/08/2022 16h45

O YouTube removeu a transmissão ao vivo feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em que ele mostrou uma reunião feita com embaixadores no mês passado. Na ocasião, o chefe do Executivo colocou em dúvida, sem apresentar provas, a transparência do sistema eleitoral brasileiro. Foram tiradas do ar também publicações que contestam a facada da qual Bolsonaro foi vítima em 2018.

Em contato com o UOL, a assessoria da rede social confirmou que o vídeo foi excluído pela plataforma e não deletado por escolha de Bolsonaro. Segundo representantes do YouTube, isso faz parte das políticas de integridade eleitoral.

A política de integridade eleitoral do YouTube proíbe conteúdo com informações falsas sobre fraude generalizada, erros ou problemas técnicos que supostamente tenham alterado o resultado de eleições anteriores, após os resultados já terem sido oficialmente confirmados
Posicionamento do YouTube ao derrubar live de Bolsonaro

Pela nova diretriz, a rede social bane desinformação sobre as eleições de 2018 e 2014. Além do vídeo transmitido por Bolsonaro, o YouTube excluiu outras reproduções, incluindo a do UOL, com as falas dele, que tinham contestações ao último pleito para Presidência.

Por convite de Bolsonaro, embaixadores foram até o Palácio do Planalto, em Brasília, para ouvir as preocupações do presidente sobre as eleições deste ano. A reunião ocorreu em 18 de julho e virou assunto internacional, com o The New York Times reportando que os embaixadores ficaram abalados e preocupados com um golpe no Brasil.

O chefe do Executivo disse que o encontro foi um "intercâmbio de ideias" e que não houve "cunho eleitoral". Em sua apresentação, que durou pouco mais de 30 minutos, Bolsonaro falou especialmente sobre um inquérito aberto pela PF (Polícia Federal), em 2018, que apurou uma invasão cibernética aos sistemas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Desde que o presidente vazou esse documento em suas redes sociais, no ano passado, o TSE sustenta que o ataque hacker não levou risco à integridade das eleições naquele ano.

YouTube removeu vídeos que contestam facada

A nova diretriz da plataforma permitiu que o YouTube retirasse do ar vídeos que contestam se Bolsonaro realmente foi esfaqueado em 2018, quando era candidato ao cargo que hoje ocupa.

"Nossa política de discurso de ódio proíbe conteúdo que negue, banalize ou minimize eventos históricos violentos, incluindo o esfaqueamento de Jair Bolsonaro", disse a empresa, em nota.

Segundo o YouTube, são permitidas apenas postagens que forneçam "contexto educacional, documental, científico ou artístico no vídeo ou áudio".

Ataques são infundados

À medida que a eleição presidencial se aproxima, Bolsonaro tem intensificado seus ataques. Ele vem, constantemente, dizendo que as eleições serão limpas, mas repete os ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral, incluindo críticas aos ministros do TSE.

Desde que as urnas eletrônicas foram implementadas —parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000— nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.

Em outubro, o TCU (Tribunal de Contas da União) emitiu um relatório técnico reforçando que as urnas são seguras e auditáveis, e que a impressão do voto traria riscos e exigiria recursos que não estão disponíveis atualmente na Justiça Eleitoral.

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