Eleições 2022: Saiba quem são os candidatos a governador do Rio de Janeiro

Nove candidatos apresentaram seus nomes para concorrer ao governo do Rio de Janeiro nas eleições 2022. O primeiro turno está previsto para acontecer em 2 de outubro —caso necessário, o segundo turno será no dia 30 do mesmo mês.

O Palácio da Guanabara passou por turbulências nos últimos anos. Em 2016, o ex-governador Sérgio Cabral (sem partido) foi preso no âmbito da Operação Lava Jato acusado de corrupção. Dois anos depois, o sucessor de Cabral, Luiz Fernando Pezão (MDB), também foi para a cadeia em um desdobramento da operação.

Relacionadas

Cargos secretos: Projeto do RJ tem 1.343 núcleos sem presença de alunos

'Conversa com fantasmas' e 'ilha da fantasia': as frases do debate do RJ

Apesar de impasse com PSB, PT confirma apoio à chapa de Freixo no Rio

Em 2021, o ex-juiz Wilson Witzel (PMB) tornou-se o primeiro governador a ser cassado em um processo de impeachment na história da República. A cassação do mandato de Witzel foi resultado da Operação Placebo, deflagrada pela Polícia Federal para investigar desvios na saúde do Rio de Janeiro.

Com a saída de Witzel, quem assumiu o cargo foi o vice eleito junto com ele em 2018, Cláudio Castro.

Veja quem são os pré-candidatos ao governo do Rio de Janeiro (em ordem alfabética):

Cláudio Castro (PL)

Cláudio Castro é o atual governador do Estado e assumiu o cargo após o impeachment de Wilson Witzel, de quem era vice. O atual governador anunciou o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), como vice em sua chapa.

Castro é formado em Direito e foi chefe de gabinete do deputado estadual Márcio Pacheco (PSC) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Em 2016, foi eleito vereador pelo PSC.

Ele é o principal candidato da direita, e deve explorar sua boa relação com o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem base eleitoral no Estado e também é filiado ao PL. Com laços também com a igreja, o governador tem o apoio de conservadores e religiosos.

Cyro Garcia (PSTU)

O PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) anunciou o nome do professor Cyro Garcia como pré-candidato da legenda ao Governo do Estado do Rio de Janeiro. Samantha Guedes também foi confirmada para vice na chapa.

O candidato tem trajetória no movimento sindical. É bacharel em Direito pela UFRJ e mestre e doutor em História pela UFF. Participou da fundação do PT e da CUT. Presidiu o Sindicato dos Bancários no Estado do Rio de Janeiro. Foi deputado federal entre 1992 e 1993. E participou da fundação do PSTU e da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular Conlutas).

Eduardo Serra (PCB)

O PCB (Partido Comunista Brasileiro) anunciou o professor Eduardo Serra como candidato da legenda ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Eduardo Serra é professor da Escola Politécnica e no Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ. Defende que é possível realizar um "projeto anticapitalista" no estado.

Em 2014, Serra disputou uma vaga ao Senado, mas não foi eleito. Em 2010, concorreu ao governo e recebeu 11.299 votos, ficando em último lugar. Em 2008, concorreu à Prefeitura do Rio e também não venceu.

Juliete Pantoja (UP)

O UP (Unidade Popular) homologou a candidatura de Juliete Pantoja ao governo do Rio de Janeiro e também confirmou a estudante de arquitetura da Universidade Federal Fluminense (UFF) Juliana Alves como candidata a vice.

Juliete Pantoja é coordenadora do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas), onde atua há mais de dez anos organizando atos, ocupações urbanas e expondo as reivindicações de quem luta pelo direito à moradia. Atualmente é vice-presidente estadual da Unidade Popular.

Nascida em Saracuruna, segundo distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Juliete entrou na política aos 15 anos, quando começou a atuar na Associação dos Estudantes do Rio de Janeiro.

Luiz Eugênio Honorato (PCO)

O PCO (Partido da Causa Operária) anunciou a candidatura de Luiz Eugênio Honorato ao Governo do Rio de Janeiro. Honorato tem 61 anos, é de Volta Redonda, no sul fluminense, e é metalúrgico aposentado da Companhia Siderúrgica Nacional.

Marcelo Freixo (PSB)

O deputado federal Marcelo Freixo foi lançado como candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PSB. Cesar Maia (PSDB) foi confirmado como vice.

Formado em Economia e História, Freixo está em seu primeiro mandato na Câmara Federal. Ele já foi deputado estadual por três mandatos e disputou a Prefeitura do Rio, em 2012 e 2016 —sem sucesso. Teve uma carreira extensa no PSOL, partido pelo qual se elegeu pela primeira vez, em 2007, como deputado estadual no Rio de Janeiro.

Freixo já apareceu ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na pré-campanha, apesar da turbulência das negociações de seu partido com o PT para a formação da chapa nestas eleições.

Paulo Ganime (Novo)

O Partido Novo oficializou o nome do deputado federal Paulo Ganime como candidato da legenda ao Governo do Rio de Janeiro em 2022. Como vice, o partido terá o biólogo Helio Secco na disputa. Secco é biólogo e doutor em ciências ambientais.

Engenheiro de produção e formado em Economia, Ganime é defensor das reformas tributária, administrativa e de ações duras no combate à corrupção. É líder do Novo na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Rodrigo Neves (PDT)

O ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, também teve sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro confirmada pelo PDT. Ele terá como vice Felipe Santa Cruz (PSD), ex-presidente da OAB RJ e da OAB Nacional.

Neves é formado em ciências sociais e desde o final dos anos 1990 atua na vida pública. Já foi vereador, secretário estadual e, por duas vezes, prefeito de Niterói.

Antes de se filiar ao PDT, fez parte dos quadros do PT e do PV.

Wilson Witzel (PMB)

O diretório estadual do PMB (Partido da Mulher Brasileira) confirmou Wilson Witzel como candidato a governador nas próximas eleições. Ele se tornou defensor público no Rio de Janeiro, em 1998, e depois, juiz federal, em 2001.

Deixou o cargo em 2018 para disputar e vencer a eleição para governador.

Em agosto de 2020, foi afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça, por suspeitas de corrupção. Ele afirma que é inocente.

Em abril de 2021, sofreu impeachment por decisão unânime do Tribunal Especial Misto do TJRJ, perdeu definitivamente o cargo de governador e tornou-se inelegível por cinco anos. Desde então, tenta reverter a decisão e derrubar a inelegibilidade determinada pelo Tribunal Especial Misto.