MPF cobra Damares por denúncia sobre supostos crimes contra crianças no PA
O MPF (Ministério Público Federal) cobrou hoje a senadora eleita Damares Alves (Republicanos) por mais informações sobre supostos crimes que teriam sido cometidos contra crianças na Ilha de Marajó (PA). A denúncia sem provas foi feita pela ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos durante participação em um culto na igreja Assembleia de Deus, em Goiânia (GO).
Nesta segunda-feira (10), o MPF enviou ofício à secretária executiva do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Tatiana Barbosa de Alvarenga, pedindo mais detalhes sobre o caso a Damares e para saber também se o governo Bolsonaro agiu ao tomar conhecimento.
MPF solicita informações sobre supostos crimes contra crianças no Marajó (PA) 'descobertos' por Damares. Procuradores da República querem detalhes, para tomar providências, e também querem saber se o governo tomou medidas e se denunciou. MPF, nas redes sociais
Damares detalhou abertamente os casos de abusos sexuais para os ouvintes, inclusive para as crianças que participavam do momento religioso.
"Eu vou contar uma história para vocês, que agora eu posso falar. Nós temos imagens de crianças brasileiras de três, quatro anos que, quando cruzam as fronteiras, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral", relatou. Ela disse ainda que as meninas e meninos comem comida pastosa "para o intestino ficar livre na hora do sexo anal", afirmou a ex-ministra.
Nas redes sociais, a ex-ministra é cobrada por omissão, já que estaria na pasta na época em que diz que soube das denúncias feitas neste fim de semana.
Ministério: declarações de Damares têm base em inquéritos. Em nota, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou que a ex-chefe da pasta se baseia em "numerosos inquéritos já instaurados que dão conta de uma série de fatos gravíssimos praticados contra crianças e adolescentes".
"Sobre o caso específico do Marajó, o programa Abrace o Marajó foi criado justamente como resposta à vulnerabilidade social, econômica e ambiental, que caracteriza uma porção expressiva da Amazônia Brasileira", complementou a pasta, que afirmou ter investido R$ 950 milhões em "iniciativas para o desenvolvimento econômico e social do arquipélago".
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