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PM fecha vias de Brasília após ato com vandalismo de bolsonaristas

Do UOL, em São Paulo e Brasília

12/12/2022 22h40Atualizada em 13/12/2022 00h56

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal bloqueou o entorno da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, como "medida preventiva" em resposta a uma série de atos de vandalismo nas ruas da capital federal, na noite desta segunda-feira (12).

Um grupo de manifestantes incendiou veículos e tentou invadir a sede da PF (Polícia Federal).

As cenas de violência começaram após a prisão de José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Serere, que vinha organizando protestos contra o resultado das eleições.

Devido à detenção dele, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram até o prédio da PF, onde começou o conflito com as forças de segurança.

Em nota, a secretaria afirmou que bloqueou o entorno da Esplanada e de outras ruas na região "para controle de distúrbios civis, do trânsito e de eventuais incêndios". Estes distúrbios, segundo o comunicado, começaram no entorno da sede da PF e se espalharam para outros locais.

A secretaria de segurança do DF destacou, ainda, que reforçou a segurança nas imediações do hotel em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado, próximo da região onde houve o confronto.

Policiais foram convocados para reforçar segurança. Segundo apurou o UOL Notícias, um grupo de cerca de 10 agentes da PM-DF (Polícia Militar do Distrito Federal) já estava em casa, depois do expediente, quando foi convocado para voltar ao trabalho.

No fim da noite, a situação era bem mais calma nas proximidades da sede da PF. O policiamento, porém, seguia reforçado.

O grupo, que foi impedido por policiais militares de se aproximar do prédio, entoou gritos "solta o índio", em alusão à prisão do cacique Serere.

O que aconteceu? Os ataques começaram depois de o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinar a prisão temporária do cacique Serere, pelo prazo de dez dias, por suspeita de ameaça de agressão e de perseguição contra Lula. A prisão foi pedida pela PGR (Procuradoria-geral da República).

O indígena é figura constante em protestos que pedem intervenção militar. "Ele foi levado brutalmente pela PF, na frente dos meus filhos. Peço ajuda de advogados para tirá-lo da cadeia. Ele deu a vida dele pela pátria. Quero meu marido de volta", afirmou a mulher do indígena em vídeo divulgado nas redes sociais.

Os atos contra a prisão foram convocados nas redes bolsonaristas. No entorno da sede da PF, uma movimentada área com shoppings, hotéis e empresas —inclusive de comunicação—, ônibus e carros foram incendiados e tiveram seus vidros quebrados.

Os atos se assemelharam à tática black bloc. Policiais federais e militares do Distrito Federal usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Bolsonaristas revidaram com pedras.

A reportagem do UOL testemunhou alguns bolsonaristas transmitindo ao vivo o confronto. Eles reclamavam de uma suposta truculência das forças de segurança.