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Lula fará decreto para ianomâmis; ação terá apoio das Forças Armadas

Presidente Lula (PT) visitará Roraima neste sábado - Sergio Lima/AFP
Presidente Lula (PT) visitará Roraima neste sábado Imagem: Sergio Lima/AFP

Do UOL, em São Paulo

20/01/2023 18h53Atualizada em 21/01/2023 07h11

Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, disse que o presidente Lula (PT) está elaborando um decreto para criar um comitê contra a "grave crise" que atinge os ianomâmis.

Hoje (21), o presidente visitará uma região de Roraima onde vivem os indígenas e, segundo o ministro, terá suporte das Forças Armadas.

Fazendo o diagnóstico e dando a atenção: hospital de campanha, medicamentos, alimentação e equipes de profissionais. O objetivo é tratar de forma emergencial aquilo que necessita de atenção emergencial, integrado com Estado, municípios, a presença das Forças Armadas, Ministério da Justiça e Segurança."
Wellington Dias

O comitê será formado por representantes dos ministérios dos Povos Indígenas, da Saúde, da Justiça e Desenvolvimento Social, "para dar conta do problema de desnutrição, fome, saúde, muito grave nessa região", segundo Dias. Também dão apoio a Funai (Fundação Nacional do Povos Indígenas) e a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena).

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, falou que também irá hoje (21) a Roraima, "a pedido do presidente Lula".

Crise sanitária e humanitária. 570 crianças ianomâmis morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, "devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região", segundo a pasta dos Povos Indígenas.

Em conjunto com Saúde, a pasta "irá decretar crise sanitária e humanitária, enquanto o Governo Federal decretará o estado de calamidade pública".

Na quarta-feira, o Ministério da Saúde enviou uma equipe para Roraima para elaborar um diagnóstico sobre a população da área.

Nos últimos anos, a população Yanomami passou por desassistência e dificuldade de acesso aos atendimentos de saúde. Casos de desnutrição e insegurança alimentar, principalmente entre as mais de 5 mil crianças da região, foram registrados. Profissionais de saúde relatam falta de segurança e vulnerabilidade para continuar os atendimentos, dificultando ainda mais a assistência médica aos indígenas."
Ministério da Saúde

A região é palco de confrontos violentos e frequentes entre garimpeiros e os indígenas, além de denúncias de negligência do governo do Estado e da antiga gestão Bolsonaro.