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PF prende cinco suspeitos durante operação contra atos golpistas

Do UOL, em São Paulo e Brasília

20/01/2023 07h16Atualizada em 20/01/2023 13h43

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de hoje a primeira fase da Operação Lesa Pátria para identificar participantes, financiadores e fomentadores dos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília.

Foram expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) oito mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Uma segunda operação foi deflagrada na manhã de hoje no Pará.

Foram presos, segundo apurou o UOL Notícias:

  • Ramiro dos Caminhoneiros, em São Paulo;
  • Randolfo Antonio Dias, em Minas Gerais;
  • Soraia Bacciotti, de Mato Grosso do Sul;
  • Renan Silva Sena, no DF;
  • Outro suspeito no DF, cujo nome não foi confirmado ainda.

Ramiro dos Caminhoneiro, 49, é apontado como um dos principais nomes na organização de caravanas aos atos golpistas. As viagens gratuitas à capital federal eram oferecidas em grupos de bolsonaristas mobilizados desde o fim das eleições deste ano.

Ramiro dos Caminhoneiros  - Reprodução/Redes Sociais - Reprodução/Redes Sociais
Ramiro dos Caminhoneiros se apresenta nas redes sociais como um "patriota a serviço do transporte"
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Segundo a coluna de Juliana Dal Piva, Ramiro estava nervoso, mas não resistiu à prisão. Durante a busca e apreensão em sua casa, na capital paulista, ele disse aos policiais que não estava em Brasília durante os atos golpistas de 8 de janeiro e, por isso, não esperava ser preso. Segundo ele, o carro quebrou quando estava indo à capital federal.

Ramiro concorreu duas vezes a uma vaga na Câmara dos Deputados: em 2018, pelo PSL, e em 2022, pelo PL, mesmas legendas que abrigaram Jair Bolsonaro nos pleitos.

Cartaz apreendido com Ramiro dos Caminhoneiros em operação da PF - Divulgação/PF - Divulgação/PF
Cartaz apreendido com Ramiro dos Caminhoneiros em operação da PF
Imagem: Divulgação/PF

Renan da Silva Sena foi funcionário terceirizado do MDH (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos). Em maio de 2021, ele agrediu verbalmente e cuspiu em enfermeiras que faziam uma manifestação em Brasília para homenagear colegas de profissão mortos em decorrência da pandemia da covid.

Comandada pela então ministra Damares Alves, a pasta afirmou à época que pediu à empresa terceirizada a demissão de Sena.

Renan da Silva Sena  - Reprodução - Reprodução
Renan da Silva Sena
Imagem: Reprodução

PF faz operação no Pará contra extremistas

Uma segunda operação da Polícia Federal cumpre oito mandados de busca e apreensão contra pessoas apontadas como extremistas envolvidas nos ataques em Brasília.

A investigação começou a partir das postagens em redes sociais. Eles são suspeitos de aderir, coordenar ou financiar o ato que invadiu e vandalizou os prédios dos 3 Poderes.

De acordo com as investigações, os seis extremistas alvos dos mandados prestaram auxílio material para tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos Poderes constitucionais.
Comunicado da PF do Pará, que não divulgou o nome dos investigados na operação Última Patrulha

Os investigados podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

A PF também disponibilizou um email para receber denúncias sobre pessoas envolvidas nos atos golpistas. "Caso tenha informações sobre a identificação de pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os fatos ocorridos em 8/1, em Brasília/DF, solicitamos que as encaminhe para o e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br".