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PF prende ex-chefe de setor da PM do DF e mais 3 por atos golpistas no DF

Em 8 de janeiro, bolsonaristas invadiram e depredaram prédios dos Três Poderes em Brasília - Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Em 8 de janeiro, bolsonaristas invadiram e depredaram prédios dos Três Poderes em Brasília Imagem: Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

07/02/2023 07h09Atualizada em 08/02/2023 12h22

A Polícia Federal cumpriu hoje quatro mandados de prisão em uma operação que mira suspeitos por omissão antes e durante as invasões nas sedes dos Três Poderes.

O ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do DF, coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, foi um dos detidos.

Os outros três são:

  • tenente Rafael Pereira Martins;
  • capitão Josiel Pereira César, ajudante de ordens do comando-geral da PM-DF;
  • major Flávio Silvestre de Alencar, que apareceu em imagens liberando acesso para que os invasores entrassem no prédio do STF.

O UOL Notícias procurou a PM-DF e tenta contato com a defesa dos presos.

Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto  - Divulgação/PM-DF - Divulgação/PM-DF
Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto estava de folga no 8 de janeiro. Convocado de emergência, atuou nos atos
Imagem: Divulgação/PM-DF

Preso hoje, o coronel Barreto estava de folga no dia dos atos golpistas. Ele havia pedido dispensa entre os dias 3 e 8 daquele mês, segundo documentos obtidos pelo site Metrópoles.

O último dia de folga dele, portanto, coincidiu com a data dos ataques à Praça dos Três Poderes, em Brasília, quando bolsonaristas invadiram e destruíram os prédios, obras de arte, além de furtar armas e outros objetos.

Apesar da folga, o coronel Barreto foi convocado de emergência e atuou no dia da invasão. Alvo de uma investigação na corregedoria da PM por supostamente permitir a fuga de bolsonaristas, o PM negou, na ocasião, que tenha feito corpo mole.

Dois dias após os atos golpistas, ele foi afastado do cargo pelo interventor na segurança do DF, Ricardo Capelli.

O militar agiu conforme a lei técnica, realizando todas as prisões ao alcance das condições materiais com as quais contava no momento. O avanço das investigações vai mostrar a inocência do coronel que há 30 anos presta serviços relevante à população do DF."
Advogados do coronel Jorge Eduardo Naime Barreto

Os mandados de hoje foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se da 5ª fase da Operação Lesa Pátria, que tem o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos golpistas de 8 de janeiro.

Segundo a PF, foram cumpridos:

  • 3 mandados de prisão temporária;
  • 1 mandado de prisão preventiva;
  • 6 mandados de busca e apreensão.

A corregedoria da Polícia Militar do DF também acompanhou os mandados.

A PF informa que já foram cumpridos 17 mandados de prisão preventiva, 3 de prisão temporária e 37 de busca e apreensão desde o início da Operação Lesa Pátria, que teve sua primeira fase deflagrada em 20 de janeiro.

Os crimes investigados são:

  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado;
  • associação criminosa;
  • incitação ao crime;
  • destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

O ministro Flávio Dino (Justiça) se manifestou sobre a operação de hoje da PF em publicação no Twitter.