Bolsonaro ironiza divulgação de Pix, mas pondera que dados eram 'sigilosos'
Do UOL, em Brasília e São Paulo
28/07/2023 16h33Atualizada em 28/07/2023 17h55
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agradeceu hoje as doações que recebeu por Pix de apoiadores, mas criticou a divulgação de dados dele presentes em relatório Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e que estão sob sigilo.
O que aconteceu
O ex-presidente disse que a divulgação das informações "infringiram o devido processo legal" ao comentar a notícia sobre ele ter recebido mais de R$ 17 milhões em Pix em 2023.
A declaração ocorreu durante almoço com prefeitos, vice-prefeitos e secretários de Estado do PL em SC.
Em tom irônico, Bolsonaro se referiu ao Pix como "assunto do dia" e agradeceu as doações feitas a ele. No começo do ano, apoiadores enviaram dinheiro para que o ex-presidente pagasse multas recebidas por episódios como não usar máscara na pandemia.
O ex-presidente também voltou a afirmar que seu governo foi responsável pela criação do Pix, apesar disso não ser verdade. O Banco Central iniciou o processo de criação da plataforma em 2018, durante o governo Michel Temer.
Bolsonaro e a mulher, Michelle Bolsonaro, estão em Santa Catarina a convite da deputada Júlia Zanatta (PL-SC), e visita Florianópolis para o lançamento do PL Mulher.
Eu agradeço aqueles que doaram, de forma voluntária. Mas, mais uma vez, infringiram o devido processo legal, divulgando dados sigilosos, mas tudo bem.
Jair Bolsonaro
Defesa de Bolsonaro diz que valores recebidos têm 'origem lícita'
A defesa de Jair Bolsonaro afirmou que os valores recebidos por ele via Pix têm "origem absolutamente lícita".
A divulgação dos dados foi classificada como "inaceitável" e "criminosa", em nota assinada pelos advogados Paulo Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten.
Os advogados declararam que vão tomar providências criminais cabíveis para apuração da autoria da divulgação das informações.
Para que não se levantem suspeitas levianas e infundadas sobre a origem dos valores divulgados, a defesa informa que estes são provenientes de milhares de doações efetuadas via Pix por seus apoiadores, tendo, portanto, origem absolutamente lícita.
Defesa de Bolsonaro, em nota
Doações por Pix:
Bolsonaro recebeu R$ 17,1 milhões em suas contas entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho deste ano. A informação foi registrada em relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que apontou que o valor foi movimentado em 769 mil transações.
Apoiadores do ex-presidente promoveram uma vaquinha para pagar multas processuais. A justificativa é de que ele seria vítima de "assédio judicial" e que precisa de ajuda para quitar "diversas multas em processos absurdos".