Duda: Processar Heleno por transfobia tiraria foco de ações ligadas ao 8/1
Colaboração para o UOL, em São Paulo
27/09/2023 09h23
Em entrevista ao UOL News, a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) afirmou que não processará o general Augusto Heleno, que a chamou de "senhor" durante depoimento à CPI do 8/1 ontem, por transfobia. A parlamentar considera que isso desviaria o foco das investigações da comissão.
Não irei fazê-lo [processar Heleno]. Reconheço que ali foi um episódio de transfobia, mas ela se torna pequena comparada ao que Augusto Heleno fez ao Brasil. Ele será punido não por transfobia, mas por esses crimes que cometeu antes da fala dele na CPMI. Se eu trouxesse agora o debate sobre transfobia, do ponto de vista estratégico e tático, tiraria o foco para crimes maiores que ele cometeu e tem que ser punido. Duda Salabert, deputada federal (PDT-MG)
Duda citou a defesa da ditadura militar, o comando de uma operação militar no Haiti e a participação na conspiração golpista ao lado de Jair Bolsonaro como crimes cometidos por Heleno. A deputada reforçou que o episódio de transfobia do general deve ter um caráter mais educacional do que punitivo neste momento.
[O caso de transfobia] Tomou uma repercussão muito grande, mas é muito mais importante focar na postura conspiradora e golpista do general Heleno e que ele seja punido por tal. No episódio de transfobia, reconheço que é mais importante educar do que punir. Não adianta nada promover uma punição penal se ela não vem acompanhada de um avanço de consciência do que é transfobia. Duda Salabert, deputada federal (PDT-MG)
Duda: CPI do 8/1 faz desserviço e frustra ao não ouvir quem financiou golpe
Duda Salabert demonstrou sua frustração com o andamento da CPI do 8/1. A deputada federal considera que a comissão "faz um desserviço" por não ter ouvido os financiadores dos atos golpistas. Na avaliação da parlamentar, a CPI não alcançou os resultados esperados por causa da condução das investigações, mesmo com apoiadores do governo compondo a maioria da comissão
A CPMI está chegando ao final e saio frustrada. Dois pilares centrais não foram aprofundados na investigação. O primeiro, em relação aos financiadores do golpe. Estamos caminhando para o final e não houve oitiva de nenhum financiador. O segundo é o do alto escalão das forças de segurança do país. Qual é o risco de generais, que foram anistiados com o fim da ditadura, serem anistiados de novo por não terem sido ouvidos? Saio frustrada e para mim, a CPMI fez um desserviço para a democracia brasileira. Duda Salabert, deputada federal (PDT-MG)
Josias: Golpistas do 8/1 temem 'rapa' da PF e punição sob a régua de Moraes
Ao comentar a nova operação da Polícia Federal, que prendeu na manhã de hoje um invasor do STF que fez uma live na cadeira de Alexandre de Moraes, Josias de Souza avaliou que os golpistas do 8/1 agora sentem na pele a gravidade dos seus atos. O colunista lembrou as condenações dos primeiros envolvidos no 8/1 e reforçou a necessidade de aplicar as sentenças também aos 'peixes graúdos', como militares, autoridades e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O crime é tão grave que é preciso haver uma grande exposição e que o castigo seja, de fato, didático, educativo. No caso dos golpistas, o 'rapa' é o camburão da PF. Esse pacote de delinquência, pela régua do ministro Alexandre de Moraes tem rendido entre 12 e 17 anos de cadeia. Além de ter medo do 'rapa', os encrencados já sabem que, quando a equipe da PF bate à porta, é esse o risco que estão correndo. Josias de Souza, colunista do UOL
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